sábado, 5 de fevereiro de 2011

Tráfico de droga mais dissimulado

O conselheiro jurídico do gabinete da ONU para o Combate a Droga e Crime (UNODC), Manuel Pereira, disse  que o tráfico de droga continua na Guiné-Bissau, de uma forma mais dissimulada, mas o Governo está empenhado no combate.

Segundo aquele responsável, desde que a comunidade internacional aumentou os seus efectivos e a UNODC abriu o seu escritório no país as "coisas já não passaram a ser feitas tão às claras e de forma tão ostensiva".


"Desde 2008, não houve mais apreensões ou grandes apreensões de droga, mas isso não significa que ela não exista, significa sim que os criminosos, aqueles que se dedicam a essas actividades, fazem-no de uma forma mais cuidada, mais dissimulada, utilizando as fragilidades do próprio país", explicou Manuel Pereira.


Segundo o responsável da UNODC, o tráfico de droga continua a existir devido a uma "grande fragilidade que é não haver meios policiais e judiciais em determinadas regiões do país".


Pela primeira vez na Guiné-Bissau está a juntar-se as várias polícias existentes para combater o tráfico de droga e o crime organizado através de uma unidade de combate ao crime transnacional, apresentada quarta-feira pelos ministros da Justiça, Interior e Finanças.


O jurista explicou também que na Guiné-Bissau e na África Ocidental passam as rotas das drogas mais pesadas.


A rota da cocaína, que vem da América Sul para a África Ocidental de barco ou avião, servindo-se de ilhas desabitadas onde pequenos aviões ou de zonas continentais isoladas. Depois, a droga é passada para outros aviões, barcos ou camiões que utilizam duas rotas para a fazer chegar à Europa.


Segundo Manuel Pereira, há a rota tradicional que vai pelo Mali, Argélia e depois entra na Europa ou então uma outra rota que atravessa da África Ocidental para a África Oriental, e depois da Somália e Eritreia entra no golfo, Afeganistão, e depois Rússia e daí para o resto da Europa.


A outra rota é a da heroína que "vem pelo golfo entra na África Oriental e sai por aqui em dilecção aos EUA", explicou.
Manuel Pereira salientou, contudo, que a "Guiné-Bissau não é um centro de droga, é um país de trânsito de droga".

Fonte: Agência Lusa

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