sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Segurança alimentar Guiné-Bissau : PAM quer adquirir bens alimentares localmente

Bissau – O representante do Programa Mundial Alimentar (PAM) na Guiné-Bissau, admitiu esta quinta-feira, a possibilidade desta agência começar a adquirir produtos alimentares localmente, a partir de 2012.

A agência das Nações Unidas revelou que o programa dará destaque ao arroz, base da dieta alimentar do país, de forma a garantir maior segurança alimentar à população guineense. Para o efeito, o PAM vai levar acabo nos próximos tempos trabalhos de reabilitação num total de 300 quilómetros de pistas rurais no interior da Guiné-Bissau, nomeadamente nas regiões de Biombo, Cachéu, Oio no norte do país, assim como nas regiões de Bafatá e Gabú, no leste do país, cujo financiamento foi assegurado pela União Europeia e pelo Banco Mundial, num valor de cerca de 9 milhões de dólares.


O diplomata português ao serviço da agência da ONU em Bissau, Pedro Figueiredo, falou em exclusivo à PNN, garantindo que o PAM agendou para um futuro próximo, a apresentação de uma maior gama de produtos alimentares, entre os quais arroz, óleo alimentar e açúcar. «Neste momento não compramos nada em termos de comida na Guiné-Bissau portanto, a nossa perspectiva,é a partir de 2012 começarmos a adquirir os produtos alimentares na Guiné-Bissau, e contribuir assim para uma forma decisiva de desenvolvimento do país, como acontece nos outros países», disse Pedro Figueiredo.
Para o sucesso desta iniciativa, o representante da ONU disse esperar o envolvimento dos produtores e comerciantes nacionais no sentido de cumprirem os compromissos, com base nas regras internacionais para a aquisição de produtos alimentares na Guiné-Bissau, com destaque para o arroz. Apesar de reconhecer que o país tem condições para a produção de outros produtos, este responsável afastou a possibilidade de numa primeira fase haver produção de farinha, milho e óleo vegetal, contudo, disse que o assunto faz parte da sua agenda para os próximos tempos.


No que diz respeito aos trabalhos de desagravos de pistas rurais, o representante do PAM na Guiné-Bissau, disse que os trabalhos incluem a recuperação de bolanhas, abastecimento de águas, restabelecimentos de drenagens e da gestão das bolanhas, para aumentar os níveis de produção do arroz local.


«É um projecto global, para garantir melhoria na produção do arroz e melhorar condições de segurança alimentar das populações abrangidas», disse Pedro Figueiredo. O trabalho de reabilitação de pistas rurais no interior da Guiné-Bissau está a ser levado a cabo em conjunto com as autoridades competentes do país, nomeadamente a Direcção-geral das Estradas e Pontes, do Ministério das Infra-estruturas e o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural.
Em relação às metas, o representante do PAM na Guiné-Bissau disse que no plano nacional de investimento agrícola são cerca de 2,7 toneladas por hectare, que ainda deve deverá ter mais avanços com fornecimentos de bens agrícolas, sementes, assim como a capacitação dos produtores agrícolas.


O responsável do PAM falou ainda do programa «cantina escolar», fornecimento de alimentos para as pessoas com problemas de tratamento de VIH Sida, tuberculose e saúde materno infantil, todos suportados pelo PAM.


A terminar, Pedro Figueiredo disse que vai apresentar ao Governo os projectos de desenvolvimento, tendo frisado a necessidade de desenvolver mais acções junto dos parceiros internacionais da Guiné-Bissau, no sentido da mobilização de fundos para a concretização destes projectos durante o ano em curso. No que diz respeito ao stock de produtos alimentares, Pedro Figueiredo tranquilizou, afirmando que é razoável para próximos tempos.

Sumba Nansil

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