Bissau é o ponto de partida da Rota Ingoré, uma expedição todo-o-terreno de solidariedade organizada por um português nascido em África que, mais de 40 anos depois, procura regressar e contribuir para o desenvolvimento da lusofonia e da portugalidade.
João Brito e Faro nasceu em 1963 em S. Tomé e Príncipe, de onde saiu com sete meses.
Voltaria em 2002 para descobrir, como disse, um país destruído e um povo abandonado que o levaram a criar o Latitude Zero - um projeto que visa manter ações de solidariedade com povos lusófonos e que assenta em vetores de intervenção como a promoção turística, a manutenção e reforço dos laços entre povos, o reforço da língua e cultura portuguesas e auxílio nas áreas de saúde e bem-estar das populações.
Em 2003 o Latitude Zero parte para S. Tomé onde, durante os três anos seguintes, foram entregues 45 mil livros, além de medicação e material médico-cirúrgico. Em 2011 é a vez de partir para a Guiné-Bissau e cumprir a Rota Ingoré.
Uma expedição de sete pessoas (um sociólogo, um psicólogo, um engenheiro agrário, um médico e três jornalistas) parte para Bissau dia 20 e daí seguem para Canchungo, Ilha de Pecixe, S. Domingos, Ingoré, Bafatá, Bambadinca, Gabú, Boé, Catió, Tombali e Quinhamel.
Ao longo do percurso serão visitados locais de especial relevo no contexto social e económico daquele país para os quais foram reunidas pequenas ajudas a serem entregues, como seis lotes de material didático, livros infantis, óculos escuros ou sementes hortícolas, oferecidas por parceiros ou patrocinadores.
Acima de tudo, e para lá de todas as diferenças culturais, "está a língua portuguesa como algo que nos une" e a vontade de mostrar ao mundo "uma Guiné diferente" onde há voluntariado em português e esforço para "aprender a nossa língua", salientou João Brito e Faro.
Em Canchungo (a oeste de Cacheu), explica, há mesmo um projeto chamado "bancada andorinha" para ensinar português e rádios comunitárias que transmitem músicas na língua de Camões.
Por isso mesmo um dos grandes objetivos da expedição é "contribuir para a promoção da língua portuguesa, como fator de união entre todos os povos da CPLP", "dar testemunho do contributo de Portugal para o diálogo entre culturas" e ainda "contribuir para a divulgação do trabalho de voluntariado realizado portugueses junto das populações desfavorecidas".
A expedição em todo-o-terreno termina 15 dias depois em Bissau onde será visitada a construção do instituto Piaget a ser inaugurado em 2012 mas já a funcionar com 10 cursos.
Esta será a primeira de, prevê João Brito e Faro, várias expedições à Guiné-Bissau para onde se pretende transportar, a médio prazo, uma escola pré-fabricada e respetivo equipamento.
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