Bissau - As autoridades judiciais da Guiné-Bissau procederam hoje (quinta-feira) à incineração de droga apreendida entre 2007 e 2010 na presença de embaixadores de alguns países e representantes das Nações Unidas.
Na ocasião, a directora-geral da Polícia Judiciária, Lucinda Barbosa explicou que serão incinerados 16 quilogramas de cocaína, cerca de 800 quilogramas de liamba e 71 gramas de crack.
A incineração, à qual assistiram também jornalistas, numa mata nos arredores de Bissau, foi antecedida de uma amostra de comprovação da pureza da droga, uma cerimónia testemunhada pelos diplomatas presentes, entre os quais o embaixador de Portugal, António Ricoca Freire.
Comprovada a pureza das drogas, os agentes da PJ destacados para o acto atiraram as embalagens e os sacos para uma fogueira enorme, depois de uma ordem dada nesse sentido por um magistrado do Ministério Público.
No seu discurso de ocasião, o Procurador-geral da República, Amine Saad, disse que o ato de hoje simboliza a "luta tenaz" das autoridades guineenses contra o tráfico de droga, salientando que é também no sentido de "limpar a imagem do país que é injustamente rotulado de narco - Estado".
"Nós não somos narco -Estado", defendeu Amine Saad, lembrando que as autoridades guineenses têm lutado contra o tráfico de droga "com os parcos meios de que dispõem", destacando, contudo, que o país conta sempre com os apoios da comunidade internacional.
O ministro da Justiça guineense, Mamadu Saliu Djalo Pires, defendeu, por seu lado, que a queima da droga hoje realizada "é um ato importante", decorrente do cumprimento da lei, mas notou que o processo de decisão sobre os prazos deve ser mais curto.
"Temos que acelerar os processos que levam à incineração da droga apreendida. Como vimos aqui, temos drogas apreendidas desde 2007, mas só agora estão a ser queimadas. Temos que evitar isso porque isso é que leva às suspeições infundadas", observou Djaló Pires, merecendo a concordância dos presentes.
Em 2007, a Polícia Judiciária já tinha queimado mais de 600 quilos de cocaína, apreendidos durante uma operação, também na presença de elementos da comunidade internacional e imprensa.
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