Uma fonte militar disse a esta reportagem que o tenente general Gildo será o comandante da missão das Forças Armadas Angolanas (FAA) e da Polícia Nacional (PN) que na Guiné Bissau cumprirá com o projecto de parceria e reforma das Forças Armadas daquele país, oficialmente, no entanto, este dado não foi nem confirmado, nem desmentido..
A mesma fonte indicou o nome do brigadeiro Flora como tendo sido o escolhido para o papel de comandante adjunto.
De lembrar que Angola fez da estabilização da Guiné Bissau uma das principais metas da sua presidência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) Já em Janeiro deste ano em Bissau se dizia que a cooperação militar com Angola estava em marcha. “ A partir deste mês a execução do programa de assistência técnica, militar e de segurança está em curso nas vertentes de meios logísticos, meios de aquartelamento, armamento e técnica,
infra-estruturas, saúde militar, telecomunicações e outros”, declarou Ocante da Silva, ministro guineense da Defesa, a 6 de Janeiro, à saída de um encontro que manteve com uma delegação do Executivo angolano chefiada pelo secretário de Estado das Relações Exteriores, Manuel Augusto, e integrada pelo viceministro da Defesa para os Recursos Naturais e Infra-estruturas, general
Salviano de Jesus Sequeira Adiantou que o processo em causa precisa de uma metamorfose urgente no seio das Forças Armadas, começando pela desmobilização dos “velhos”, passagem à disponibilidade e formação técnico-profissional e reinserção social dos que forem abrangidos neste processo, à semelhança do que ocorreu no nosso país depois do conflito armado que durou mais de trinta anos.
A missão das FAA e da PN, escreveu O PAÍS na sua edição de 22 de Outubro de 2010, lidará com efectivos que, na maioria, não pretendem ir à reforma sem garantias de sobrevivência, embora o Executivo guineense tenha prometido assegurar uma pensão de reforma à dimensão de cada militar, pelo empenho e dedicação.
“O receio de alguns é de que se forem para casa não poderão suportar a crise socioeconómica que este país vive há já alguns anos. Todos querem continuar nas Forças Armadas, mas não pode ser”, declarou na ocasião a fonte deste jornal.
No conjunto de acções que se pretende implementar na Guiné Bissau, a problemática infra-estrutural é uma das prioridades, sendo certo que os quartéis e academias não reúnem condições de acomodação de um exército como tal, aliado à degradação da maior parte das instalações do Exército, Armada (Marinha, entre nós) e Força Aérea, que reclamam já intervenções de vulto. Esta realidade deve justificar a presença de Salviano Sequeira em Bissau no passado mês de Janeiro.
Outro problema é o do pessoal excedentário no exército guineense que deve ser diminuído e substituído por homens mais novos em obediência à lei do próprio país.
“Tem de haver reformas profundas neste processo, porque uma boa parte da população guineense é militar no activo e não é bom num país em que não há guerra ter um número elevado de militares no activo”, considerou a mesma fonte.
De lembrar que o político e académico angolano Sebastião Isata foi também nomeado pelo Presidente da Comissão Africana, Jean Ping, para acompanhamento da situação na Guiné Bissau, pela União Africana. Isata começou a sua actividade em Agosto de 2010, substituindo João Miranda que, entretanto, fora nomeado para o cargo de governador da província do Bengo.
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