terça-feira, 20 de outubro de 2009

Apesar dos desmentidos,Senegal não desiste

Senegal não desiste e tropas guineenses estão alerta
Bissau – Tensão na fronteira norte da Guiné-Bissau e com o Senegal aumenta devido à disputa territorial. Tropas guineenses estão prontas a intervir.
Relatos apontam que tropas senegalesas continuam posicionadas a cerca de dois quilómetros da fronteira, para o interior da Guiné-Bissau, mais concretamente em Sucudjak, da parte guineense, e Cap Roxo, da parte senegalesa. A referência é o marco 184, definido pela convenção franco-portuguesa, assinada em 1886.

Ao abrigo desta convenção e a da inalterabilidade dos limites fronteiriços expressada pela Carta da então OUA (Organização da Unidade Africana), a Guiné-Bissau tem soberania na parcela em causa. Mas, a verdade, é que a presença senegalesa naquela localidade, à força, aparenta algum sinal de peso, ou a reivindicação de alguma «legitimidade» política, se não comercial do espaço em causa.

São suposições que devem ser levadas em conta, pois representam razões para preocupação. Foi a partir deste limite fronteiriço, traçado apenas pela parte senegalesa, que se baseou o acordo de exploração conjunto de 1993, e que termina em 2013, ditando a famosa e contestada aritmética percentual de 85 por cento para o Senegal e 15 por cento para Guiné-Bissau da exploração de petróleo.

Se esta divisão convence ou não, o certo é que a Guiné-Bissau perdeu na Justiça, mediante o então diferendo sobre a matéria. Agora, numa altura em que se aproxima mais uma fase de discussão, em 2013, instalou-se a polémica.

Enquanto na esfera política e diplomática não se registam ainda resultados que possam conduzir a um consenso, no campo militar a tesnão continua a dominar o clima na linha fronteiriça norte do país.

Informações disponíveis apontam para que, neste momento, se encontra mais de um batalhão de tropas no perímetro de Sucudjak, zona de grande tensão militar. Os senegaleses dizem que para já que não vão arredar pé, o que levou as tropas da Guiné-Bissau a colocarem-se numa posição de máximo alerta, esperando autorização para intervir. Da parte senegalesa também aumentou o dispositivo militar na zona.

Entretanto, numa iniciativa para conter a situação militar, a Guiné-Bissau propôs um encontro com a parte senegalesa ainda esta semana, em São Domingos, em que deverão tomar parte os Governadores das regiões situadas nos limites da fronteira entre os dois países. Deste encontro, espera-se que seja encontrada uma plataforma de entendimento.

Lassana Cassamá
(c) PNN Portuguese News Network

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