Guiné-Bissau: Greve aumenta crise na televisão nacional
Bissau – Criada há 20 anos, a única televisão da Guiné-Bissau tem vivido períodos de crises sem precedentes. As constantes paralisações, algumas por razoes técnicas e outras por greves, tem transformado o canal estatal numa autêntica «televisão amadora». |
Com 103 funcionários, 3 unidades de montagens, actualmente apenas uma em funcionamento, e um único estúdio de informação, a Televisão da Guiné-Bissau (TGB, cuja reestruturação foi anunciada e prometida por diversos Ministros da área, apresenta problemas que exigem soluções estruturais, desde o pessoal até à técnica. Está agora a decorrer uma greve de cinco dias, que não reúne consenso entre os trabalhares. Os que aderiram à greve afirmam terem razões «mais de que suficientes», mas aqueles que dizem não à paralização entendem que o caderno reivindicativo do Sindicato de Base não reflecte o problema global dos funcionários, mas sim os interesses de alguns. O Sindicato de Base exige da Direcção, entre outros pontos, o esclarecimento sobre o paradeiro de 12 milhões de Francos Cfa, que teriam sido desbloqueados pelo Governo para a cobertura das eleições presidenciais, assim como a melhoria de condições de trabalho. Issuf Queita, jornalista que dirige esta estrutura sindical, considera que a gestão dos recursos financeiros da TGB, por parte dos antigos directores-gerais, contribuiu para a «difícil situação» em que se encontra neste momento o canal. «Tem havido corrupção, desvio de fundos, por nós trabalhados para bolso de algumas pessoas. Isto não pode ser», salienta. Em reacção, o Director-Geral da TGB, Eusébio Nunes, defende que é preciso uma reforma estrutural e considera que a crise da empresa não está nas pessoas, mas sim na falta do ambiente de trabalho. «Esta greve não tem motivos para ser convocada. Sem querer questionar o direito que assiste o sindicato, acho que os pontos reivindicativos não são enquadráveis», disse o o mesmo responsável Até ao momento, não existem quaisquer sinais de eventuais negociações entre a Direcção da TGB e o Sindicato de Base. Enquanto a crise tende a arrastar o Ministro da Tutela, Fernando Mendonça, está ausente do país. Lassana Cassamá |
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