quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Jipes de alta cilindrada desaparecem de Bissau com aperto aos narcotraficantes

A capital da Guiné-Bissau deixou de estar inundada por jipes de alta cilindrada que circulavam a alta velocidade, na mesma altura em que a polícia começou a "apertar o cerco" aos presumíveis narcotraficantes, há cerca de dois meses.


Os famosos Hummers, que circulavam pelas ruas de Bissau e pelo interior, há muito que deixaram de ser vistos.

Segundo uma fonte judicial contactada pela Agência Lusa, o desaparecimento dos jipes de alta cilindrada está relacionada com as medidas preventivas tomadas pela Polícia Judiciária e Polícia de Ordem Pública guineenses.

"Está relacionado com as medidas da PJ e com as medidas que a POP tomaram", afirmou a fonte, acrescentando que a vigilância das forças policiais "está a ser apertada".

Em declarações recentes à Lusa, a directora da PJ, Lucinda Barbosa, já afirmava que os narcotraficantes estavam "invisíveis", dificultando a tarefa da polícia para os encontrar e saber o que andam a fazer.

No entanto, a versão dada à Lusa por alguns dos alegados 'donos' dos jipes, a maioria jovens, é outra: a má condição das estradas, devido às chuvas.

No entanto, os Hummers são veículos cujas principais características são a força e potência para circular em terrenos lodosos ou esburacados.

A Guiné-Bissau chegou a ter cerca de duas dezenas desses veículos, inicialmente construídos pela General Motors para servir o exército norte-americano, mas que acabaram por ser "adoptados" pelos amantes do todo-o-terreno.

Um jipe Hummer novo custa entre 80 mil e 120 mil dólares (entre 55 mil e 82 mil euros).

País com menos de dois mil quilómetros de estradas asfaltadas, nos seus 36.125 quilómetros quadrados, a Guiné-Bissau chegou a "ostentar" nas suas estradas, além dos Hummer, jipes das marcas Jaguar, Lincoln Navigator e até Porsche Cayenne.

O Governo, no âmbito da luta contra o narcotráfico, emitiu despachos a proibir veículos sem chapa de matrícula ou que circulavam com vidros escuros, como era o caso dos jipes topo de gama.

Só que, regra geral, as ordens das autoridades ou eram ignoradas ou eram rapidamente esquecidas, tal era a quantidade de carros com estas características que rolavam pelas estradas do país.

Fonte: Angop

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