segunda-feira, 5 de maio de 2014

Policias Militares são absolvidos e empresário é condenado pela morte do Guineense Toni Bernardo

Toni Bernardo morreu em setembro de 2011, em uma pizzaria de Cuiabá.


Justiça se baseou em depoimentos e laudos sobre comportamento de Toni.

Policiais foram absolvidos e empresário foi condenado por morte de Toni Bernardo. (Foto: Reprodução/ TVCA)

Policiais foram absolvidos e empresário foi condenado por
morte de Toni Bernardo. (Foto: Reprodução/ TVCA)


A Justiça de Mato Grosso absolveu dois policiais militares do envolvimento na morte do universitário africano Toni Bernardo da Silva, de 27 anos, em Cuiabá. Um empresário que também respondia o processo foi condenado a cumprir dois anos e oito meses de reclusão, inicialmente em liberdade. A decisão foi publicada na sexta-feira (2).

Toni, que era natural de Guiné-Bissau e veio ao Brasil para fazer intercâmbio estudantil na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e morreu após ser agredido com socos, chutes em uma pizzaria no bairro Boa Esperança, na capital, no dia 22 de setembro de 2011.

A causa da morte, segundo o laudo do Instituto Médico Legal (IML), foi asfixia mecânica, decorrente de uma fratura na traqueia. Pelo processo, que tramitou pela Terceira Vara Criminal de Cuiabá, apenas o empresário foi condenado pelo crime de lesão corporal seguida de morte.

Para a Justiça, Toni foi o responsável pelos fatos, já que o comportamento dele estava extremamente alterado, agitado e violento. O laudo do exame toxicológico feito no corpo do africano demonstrou que Toni estava sob efeito de substância entorpecente no momento da morte.

Consta no processo que Toni chegou ao local e pediu dinheiro em cada mesa dos clientes da pizzaria. Quando se aproximou da mesa onde estavam o empresário e a noiva, passou a constranger o casal. Em depoimento à Justiça, a noiva do réu disse que Toni a agarrou pelo pescoço e só a soltou após a intervenção do empresário.

Os dois homens se desentenderam e acabaram caindo próximo a mesa onde estavam os policiais, que não estavam de serviço. Ainda conforme o processo, os dois PMs imobilizaram Toni, a passo que o empresário deu um chute na altura do pescoço do universitário.

"É preciso ponderar, também, que, pelo que se constata, após a imobilização, as pessoas passaram a se aglomerar e a ofender e desferir socos e chutes na vítima, tornando a situação ainda mais difícil para ser controlada", diz trecho da decisão.

À Justiça, o empresário negou que teria dado o chute em Toni. Porém, a agressão foi confirmada por testemunhas. Para a Justiça, ficou claro que o universitário causou a confusão no momento em que agarrou o pescoço da mulher do empresário. Em depoimento os policiais negaram que agrediram Toni e apenas fizeram a imobilização do africano.

Na ocasião do caso os dois PMs chegaram de ser afastados das funções militares. Contudo, depois de serem inocentado em sindicância feita pela própria PM, os dois policiais voltaram a atuar normalmente.

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