terça-feira, 30 de março de 2010

Violência na região de Casança é destaque na imprensa


Bissau – Conflito em Casamança e corrupção na função pública foram destaque na imprensa guineense, com espaço ainda para a invasão do gabinete da directora da Polícia Judiciária.

A crise militar em Casamança foi destaque esta semana no Diário Bissau. «Conflito intensifica-se. Violentos combates na região de Casamança», é o título, adiantando a notícia, que desde a semana passada que o exército senegalês leva a cabo uma grande operação militar de limpeza na região sul do Senegal, Casamança, de onde as informações no terreno confirmam que os rebeldes do MFDC ofereceram forte resistência, obrigando as forças militares senegalesas a utilizar armas pesadas e aviões de combate», adiantou o semanário.

Segundo o jornal, os combates estão já a preocupar a população e autoridades da Guiné-Bissau. Citando Yero Sambu, um popular da aldeia de Djegui (localidade guineense situada a quatro quilómetros do Senegal) o semanário indicou que a população da aldeia começa a estar preocupada, devido ao nível de combates. Uma notícia ilustrada com a foto dos soldados senegaleses com blindados e armas pesadas na linha de combate.

O Diário Bissau lança ainda na capa, a notícia que dominou a semana: «Militares agridem Directora da Polícia Judiciária». «Um jovem acusado de burlar pessoas está no centro de uma grande polémica entre os militares e a Polícia Judiciária, com os soldados a retirarem à força o detido de uma cela da PJ para interrogatórios», lê-se no jornal. «Os militares foram buscar o jovem detido para interrogatórios no Estado-maior das Forças Armadas, já que este se apresentava nas suas acções de burla, ora como elemento do exército, ora como agente da PJ e ainda como professor de um liceu de Bissau», lembra o Diário Bissau, segundo o qual, «perante a recusa dos elementos da PJ em entregar ‘a bem’ o detido, os militares usaram a força e levaram o jovem, que acabaria por ser vítima de sevícias corporais.» Precisamente, sobre os militares, o Chefe de Estado-maior, José Zamora Induta, disse, durante a visita oficial a Lisboa, que o país vai passar nos próximos meses à aplicação prática da reforma do sector da Defesa e Segurança.

Passando para o Última Hora, lê-se em manchete que o «julgamento do processo das pescas depende das audições ao ex-ministro.» Pareceres de Faculdade de Direito e da Ordem de Advogados dão razão ao Ministério Público, salienta o jornal, sublinhando que no processo ligado à corrupção nas pescas, denunciado pelo actual Secretário de Estado da tutela, o acusado não pode ir a julgamento. É que, de acordo com o Última Hora, as polémicas à volta do processo são muitas. Mantém-se a guerra jurídica entre o Ministério Público e a Assembleia Nacional Popular, sobre a legalidade, ou não, do recurso para audição de um dos suspeitos, neste caso o ex-ministro das Pescas.

Outro destaque do Última Hora intitula-se «Concentração de poderes pode tramar Ministro das Finanças». Na sua coluna «País Real», o semanário escreve que o processo de supostas falsificações de nomes das folhas de vencimento, pode ser fatal para os ex e actual ministro das Finanças. O Última Hora sublinha que, nas audições preliminares, alguns dos suspeitos indiciaram os seus superiores hierárquicos pelo que, nos próximos tempos, será a vez dos ministros de serem chamados a depor. «O que terá envolvido os nomes dos ministros e, sobretudo o actual, tem a ver com a questão da concentração dos poderes», acrescenta o jornal que apurou ainda que nas audições preliminares, os indiciados apontaram o dedo aos seus ministros, que denunciaram de estar sempre ao corrente das despesas que se fazem, numa altura em que o ministro da Função Pública, Fernando Gomes, afirma que o processo da reforma em curso é «irreversível.»

(c) PNN Portuguese News Network

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