terça-feira, 9 de março de 2010

«Nino» Vieira e Tagme Na Wayé lembrados pelos semanários


Bissau - Foi uma semana cheia de informações importantes na imprensa guineense, que lembra um ano sobre o assassinato de «Nino» Vieira e Tagme Na Wayé.

«Guiné-Bissau império de Kalashnikov e catanas» avançou o Última Hora assinalando o aniversário do duplo assassinato do Presidente «Nino» Vieira e de Tagme na Wayé. «Um ano após o atentado à bomba, que vitimou o Chefe de Estado-maior General das Forcas Armadas, o tenente-general Batista Tagme Na Wayé e a execução bárbara com catana e tiros de kalashnikov do Chefe de Estado, General João Bernardo Vieira, o caso mantém-se num rio de silêncio absoluto. As autoridades judiciais estão com as mãos atadas – porque não sabem por onde começar. Os executores de «Nino» Vieira e os que experimentaram o primeiro ataque à sua residência em 23 de Novembro de 2008, andam livremente pela cidade de Bissau, enquanto que a justiça, encapuçada por alegado «grupo desconhecido», anda por ai como ‘Lan di Polon na Bento’», salienta o semanário, ilustrando o artigo com uma arma, o local do crime que vitimou «Nino» Vieira e antiga instalação do Estado-maior General das Forcas Armadas, onde Tagme na Wayé foi assassinado.

E, precisamente, sobre este caso, o Última Hora destaca as declarações do Procurador-geral da República, Amine Saad, que «não aceita as pressões de ninguém, nem de uma organização ou país». O jornal recorda, que em declarações à imprensa no passado dia 3 de Março, um ano e um dia após as mortes o Procurador-geral da República, garantiu que a investigação sobre este processo está a ser conduzida com o maior cuidado e que quer que no dia em que apresentar o resultado, não haja vozes críticas.

Última Hora avança ainda para título que o «Governo vai assumir controlo dos SIS com muitas alterações para evitar crise», adiantando de seguida que «não é para breve, mas a decisão já está tomada. A tutela dos Serviços de Informação de Segurança de Estado vai, no futuro, estar sob os auspícios do Governo.

O No Pintcha lança em manchete a célebre frase desta semana do Procurador-geral da República sobre as investigações das mortes de «Nino» Vieira e Tagme Na Wayé. «A pressa é inimiga da eficácia». «Eu estou vacinado contra qualquer tentativa de pressão. Ela não me faz efeito» são as palavras do Procurador-geral da República, lembradas pelo semanário estatal. O semanário focou ainda, sobre a notícia que dominou a semana, que «Guineenses esperam pela descoberta da verdade dos factos», lembrando que os dois foram mortos em circunstâncias ainda por esclarecer: um por atentado a bomba e outro por execução. O caso encontra-se no Ministério Publico, que tem reiteradamente, afirmado que vai levar o caso avante, tanto assim que está a contar com o interesse de vários países.

No campo económico, e já com olhos postos na próxima campanha de comercialização da castanha de caju, o No Pintcha escreve que os «empresários nacionais querem apropriar-se da campanha.»A Câmara do Comércio, Indústria e Agricultura, perspectiva a assinatura de um memorando com o Governo, visando o pagamento da dívida aos operadores económicos o que, aliás já foi aceite pelo executivo.

Voltando ao assunto da semana, um ano depois dos assassinatos de Tagme Na Wayé e «Nino» Vieira, o jornal Diário Bissau fala de «Homenagem Póstuma.» Sublinha que «esta é a homenagem possível merecida de quem conhece bem e conviveu com eles, o Tagme e ‘Nino’, muito tempo». Na foto que ilustrou o seu editorial, “Diário Bissau” Tagme Na Wayé e «Nino» Vieira abraçam-se, aquando do regresso do exílio do ex-Presidente da República, em 2005.

O editorial, assinado por João de Barros, o afirma que as datas dos bárbaros assassinatos de dois antigos e históricos combatentes da Liberdade da Pátria passaram despercebidos na sociedade guineense, como se ninguém deste país tivesse convivido com estes dois malogrados. «Tagme e ‘Nino’ são duas figuras inapagáveis na nossa memória colectiva e na formação da Nação guineense, portanto merecem o nosso profundo respeito, mesmo tendo em conta que cometeram erros graves enquanto dirigentes», sublinha o jornal no seu editorial.

(c) PNN Portuguese News Network

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