domingo, 7 de março de 2010

Chefe da missão da ONU convoca parceiros para reunião de alto nível em junho

Bissau - O chefe da missão das Nações Unidas para a Guiné-Bissau (UNIOGBIS) está a convocar os principais parceiros guineenses para uma reunião de alto nível em junho, com o objetivo de recolher contribuições financeiras para a reforma do aparelho de segurança.

Joseph Mutaboba, que falou à Lusa à saída de três horas de consultas no Conselho de Segurança da ONU, em Nova Iorque, sublinha que a actual crise económica e financeira internacional "está a afectar o exercício geral de ajuda à Guiné-Bissau", ainda que a perspetiva seja de "viragem" para o país lusófono.

"A reunião de alto nível, na sede das Nações Unidas será uma maneira da Comissão para a Construção da Paz da ONU tentar mobilizar recursos para intervir na Guiné-Bissau, que é um país órfão de ajuda", disse o chefe da UNIOGBIS.

"É isso que tentaremos resolver em junho, bem antes da mesa redonda de doadores. Vamos fazer o máximo que podemos para determinar quanto podemos arrecadar", adiantou à Lusa.

Juntamente com Burundi, Serra Leoa e República Centro-Africana, a Guiné-Bissau é um dos países que faz parte da agenda da Comissão para a Construção da Paz, criada em 2005 para ajudar países em situações pós-conflito.

Em relatório ao Conselho de Segurança, divulgado na quarta-feira ao fim do dia, o secretário geral da ONU, Ban Ki-Moon, sublinha a necessidade da comunidade internacional apoiar "generosamente" a reforma do sector da segurança na Guiné-Bissau, sobretudo com contributos para o futuro sistema de pensões militares.

Hoje, Joseph Mutaboba estimou em 30 milhões de euros as necessidades do fundo de pensões militares, que irá apoiar a desmobilização.

"Esse dinheiro leva-nos até 2015, quando entramos numa segunda fase, em que estará em funcionamento o esquema de pensões de funcionários civis criado pelas autoridades nacionais. Queremos o pagamento de uma só vez, daqui até 2015, e depois tudo irá correr como planeado", sublinha.

"É preciso desenvolvimento na Guiné-Bissau, mas acima de tudo segurança.

E tem de resolver-se este problema de uma vez por todas. Só vamos reformar bem o sector se o entendermos bem", adiantou Mutaboba.

Nesse sentido, refere, a reunião de hoje no órgão máximo das Nações Unidas serviu para explicar a abrangente reforma planeada, que visa não apenas as Forças Armadas, mas também a justiça, numa altura em que o país é reconhecidamente um ponto de passagem do narcotráfico internacional.

"Todos no Conselho de Segurança concordam que a reforma do sector de segurança é o ponto de viragem. Se fizermos a reforma apropriadamente e estabelecermos o fundo de pensões tudo irá correr bem", realça Mutaboba.

"O ano de 2010 para a Guiné-Bissau é um ponto de viragem. A comunidade internacional e as autoridades nacionais estão cientes de que as coisas têm de ser feitas e feitas da maneira certa".

Também Ban Ki-Moon, no relatório divulgado esta semana, elogiou os esforços do novo presidente e do governo guineense para melhorar o ambiente político e a gestão económica.

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