terça-feira, 23 de março de 2010

Governo vai aplicar reforma do sector da defesa e da segurança - CEMGFA

Lisboa - A Guiné-Bissau vai passar, nos próximos meses, à aplicação prática da reforma do seu sector da defesa e da segurança, informou hoje, segunda-feira, o chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) daquele país, em visita oficial a Lisboa.

"O fundo já foi criado e esperamos dentro dos próximos meses avançar para a segunda parte deste processo", disse à agência Lusa o CEMGFA, Zamora Induta, referindo-se à reforma que prevê a redução dos efectivos, a modernização das infra-estruturas e o retorno à estabilidade no país, com o afastamento dos militares da vida política.

O dirigente militar guineense falava no final de um encontro com o ministro da Defesa Nacional, Augusto Santos Silva, realizado "no quadro do fortalecimento da cooperação entre os dois países na área da defesa", como referiu.

O processo da reforma do sector da defesa e segurança em curso na Guiné-Bissau foi um dos temas abordados.

O processo, e nomeadamente a estruturação do fundo, tem estado a ser acompanhado por uma missão da União Europeia e a Guiné-Bissau já pediu que esta continue a cooperar nesta reforma.

Em Junho está prevista a realização de um encontro de alto nível das Nações Unidas para angariar capitais para o fundo da reforma.

Além disso, a mesa redonda de doadores para o país, prevista para o outono e considerada fundamental para o governo aplicar uma série de reformas ao nível da função pública, justiça e outros sectores, incluindo também defesa e segurança, depende também dos avanços desta reforma, nomeadamente a aprovação pelo parlamento do país de toda a legislação.

O chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas da guineense comentou também o recrudescer dos combates entre o exército do Senegal e os rebeldes separatistas da Casamança, junto à fronteira guineense.

"A rebelião é um problema de há mais de 20 anos. Não está no território da Guiné-Bissau", referiu, quando indagado se seria necessária maior segurança naquela zona fronteiriça, tendo adiantado ainda que não é por causa do conflito que há militares guineenses estacionados no norte do país.

Sem comentários:

Enviar um comentário