Técnicos de saúde pública da Guiné-Bissau - enfermeiros, médicos e pessoal de apoio sanitário - iniciaram na segunda-feira uma greve geral de cinco dias para reclamar o pagamento de subsídios que exigem do Governo há mais de um ano, avança a agência Lusa.
Em declarações a imprensa, Domingos Sami, presidente do Sindicato de Técnicos da Saúde, disse que a greve "é uma forma de mostrar insatisfação pelo incumprimento" por parte do governo de um acordo assinado com os sindicatos do sector da saúde em Novembro passado.
Em Novembro de 2011,três sindicatos rubricaram com o Governo um acordo de entendimento mediante o qual levantaram uma greve geral. A greve era para exigir o pagamento de subsídios de isolamento (técnicos de saúde colocados em zonas remotas do país) e de vela (riscos de trabalho ou trabalho nocturno).
"Aquando da assinatura do acordo de entendimento a dívida era de cinco meses de subsídios de isolamento e cinco de subsídio de vela, mas neste momento essas dívidas ascendem a oito meses de subsídio de vela e sete de subsídio de isolamento", explicou o sindicalista.
De acordo com Domingos Sami, em Novembro a dívida totalizava 195 milhões de francos cfa (298 mil euros) mas esta segunda-feira esse valor "já é mais do que isso".
A greve dos técnicos de saúde está a afectar o funcionamento do hospital Simão Mendes, principal centro médico da Guiné-Bissau.
Segundo Maimuna Djaló, enfermeira-chefe dos serviços de urgência, apenas dois técnicos e uma servente prestam "os serviços mínimos" naquela unidade.
"Há um serviço mínimo mas estamos de greve até sexta-feira a partir de esta segunda-feira. Há dois técnicos aqui e uma servente, são eles que estão a prestar os serviços mínimos", indicou a responsável, aproveitando para apelar à contenção dos jovens nos dias das festas do carnaval.
"Quero lançar um apelo aos jovens, sobretudo nestes dias das festas do carnaval para que tenham mais cuidado porque em caso de lesões podem ter dificuldades de atendimento porque há greve aqui no hospital", disse Maimuna Djaló.
A greve dos técnicos de saúde termina na sexta-feira, dia dos professores guineenses, também eles em greve de 90 dias.
Fonte do sindicato dos professores (Sinaprof) disse à Lusa que a paralisação vai continuar porque o Governo parece não estar preocupado com a greve dos professores mas sim com a dos magistrados uma vez que "rapidamente arranjou uma solução para a sua greve", que já foi levantada.
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