quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Portugal oferece à Guiné 300 mil preservativos para o Carnaval

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Comissão de Luta contra a sida estava em «rotura de stock»

Portugal ofereceu esta quarta-feira à Guiné-Bissau 300 mil preservativos, numa altura em que a Comissão de Luta contra a sida estava em «rotura de stock» e quando se aproxima o Carnaval, época em que o produto é mais procurado, noticia a Lusa.


«Chega num momento importante, porque o contexto em que vamos entrar, carnavalesco, de azáfama, é também de alguns desvios em comportamentos de risco que precisam de ser prevenidos. Mas também num momento em que sofríamos de carência, quer para prevenção em geral mas também visando as metas que devemos atingir, no âmbito dos nossos compromissos internacionais de luta contra sida», disse à Lusa Huco Monteiro, presidente da Comissão de Luta contra a Sida (CNLCS) da Guiné-Bissau.

O compromisso é de «zero novas infecções» até 2015. Actualmente Huco Monteiro não dispõe de estatísticas sobre novas infecções mas sabe que há «uma redução drástica». «A tendência para a redução de novas infecções está confirmada. No ano de 2010 tivemos 25 por cento menos de incidência», disse Huco Monteiro.
O responsável reconheceu que a meta para 2015 é «apenas um lema» mas adiantou que é preciso trabalhar nesse sentido, de reduzir a actual prevalência de 3,3 por cento, e para tal não são só necessários os preservativos.


«São importantes porque nos ajudam a preencher a lacuna da prevenção junto de populações de risco, profissionais de sexo, jovens, mesmo qualquer um de nós que às vezes sucumbe às tentações. Mas precisamos de ter mais fidelidade, dar mais garantia nas transfusões de sangue, garantir que as mães infectadas não transmitam o vírus aos seus filhos», disse.


A Guiné-Bissau consome anualmente cerca de cinco milhões de preservativos, com Portugal a contribuir com 25 por cento das necessidades (mais de um milhão), uma ajuda que a CNLCS agradece. «Vamos fazer o melhor uso desses preservativos, a começar já com um plano de distribuição com vista ao Carnaval, mas também fazer chegar os preservativos nos cantos mais recônditos» do país, disse Huco Monteiro.


Guilherme Zeferino, adido para a cooperação portuguesa, lembrou na cerimónia de entrega dos preservativos que Portugal tem vindo a apoiar a Guiné-Bissau desde 2008 e disse que a CNLCS pode continuar «a contar com Portugal nesta matéria, seja em termos de donativos de preservativos seja noutras áreas, como a da sensibilização».


O responsável pela cooperação portuguesa explicou também que no mesmo contentor em que chegaram os preservativos chegou material destinado ao sector da Educação, «prioritário também para a cooperação portuguesa, de acordo com as prioridades também do governo».


São centenas de mesas e cadeiras destinadas a uma escola de educação especial, de surdos-mudos e cegos. «Portugal é o único parceiro que intervém nessa área da educação especial», frisou.
Uma parte das mesas e cadeiras destina-se, adiantou, às oficinas de língua portuguesa, que a cooperação instalou junto dos liceus públicos. A prioridade serão as oficinas de Canchungo, Gabu e Bafatá, na zona leste.

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