A Guiné-Bissau espera do conselho de ministros extraordinário da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP), que decorre hoje em Lisboa, a solidariedade que permita ao país ultrapassar as dificuldades que enfrenta.
"Esperamos a solidariedade dos países membros da CPLP em relação a um país irmão que está em dificuldades", disse à agência Lusa o ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Mamadu Djaló Pires, à entrada para a reunião.
Segundo Djaló Pires, uma das principais dificuldades prende-se com as reformas no setor da Defesa e segurança, dependentes da assinatura de um memorando de entendimento tripartido, entre a Guiné-Bissau, Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e CPLP.
"Houve algumas dificuldades de ordem técnica, de interpretação das decisões da cimeira da chefes de Estado e de governo da CEDEAO, mas tudo se resolveu na semana passada com a deslocação a Abuja (Nigéria, país que preside à organização regional africana) de uma missão de Angola, que detém a presidência da CPLP.
"Tanto quanto sei, registou-se um avanço e espero agora regressar a Bissau para assinarmos o acordo", referiu o ministro guineense à Lusa, adiantando que o ideal seria assinar o documento já na próxima semana, ou o mais tardar dentro de 15 dias.
Apesar das várias reuniões realizadas, o acordo está para ser rubricado desde outubro passado.
O conselho de ministros extraordinário da CPLP, convocado para o dia da inauguração da nova sede em Lisboa da instituição, e que reúne os chefes das diplomacias dos oito países membros ou seus representantes, foi aberto pelo ministro das Relações Exteriores angolano, Jorge Chicoty , que destacou a presença na reunião do vice-presidente de Angola, Fernando da Piedade Dias dos Santos "Nandó", em representação do chefe de Estado, José Eduardo dos Santos.
A ordem de trabalhos anunciada por Chicoty inclui debates sobre a segurança alimentar, cooperação económica, situação na Guiné-Bissau e a adesão da Guiné Equatorial à CPLP, estando prevista a divulgação de um comunicado para o fim do encontro.
Ainda na presença dos jornalistas -- o resto da reunião decorre à porta fechada -- usou da palavra o vice-presidente de Angola que fez votos que o resultado do conselho pudesse traduzir uma nova dinâmica para a CPLP.
"Temos dado passos seguros. Alguns pensam que poderíamos andar mais depressa, mas é melhor darmos passos seguros", defendeu Fernando Dias dos Santos, concluindo que os países da CPLP "têm uma história comum, têm atos de solidariedade solidificados e vão encontrar campos de cooperação que sejam de facto dinamizadores da comunidade".
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