Bissau, (Lusa) - A Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) deverá enviar cerca de uma dezena de observadores para as eleições presidenciais antecipadas de 18 de março na Guiné-Bissau, disse hoje um responsável da organização lusófona.
Filipe Bavestrock deu estas indicações aos jornalistas à saída de uma audiência que manteve com o presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau, Desejado Lima da Costa, com quem disse ter abordado a vinda de observadores lusófonos.
"Faço parte de uma missão avançada da CPLP para a missão de observação eleitoral às eleições presidenciais antecipadas na Guiné-Bissau. Esta missão durou cinco dias, estivemos aqui a tratar da logística e a reunir com as autoridades do país e com as representações da CPLP aqui", disse Bavestrock quando questionado sobre o teor da sua visita a Bissau.
"Preparamos todo o trabalho que a missão da observação vai fazer. A missão da CPLP chegará no dia 12 de março e deve permanecer no país até dia 22. Iremos enviar pessoas para as regiões. Não temos o número definitivo mas serão cerca de 10 observadores", precisou ainda Filipe Bavestrock.
Este responsável admitiu também a possibilidade de os observadores de países lusófonos estarem presentes em caso da uma segunda volta.
"Não temos indicações de que haverá uma segunda volta, mas caso haja a CPLP irá ponderar e em princípio terá cá os seus observadores", afirmou.
O presidente da CNE guineense recebeu também hoje a visita do representante do secretário-geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau, Joseph Mutaboba, com quem disse ter analisado o andamento do processo eleitoral e os incidentes registados na passada segunda-feira com os militares a espancarem os polícias que estavam a dispersar uma manifestação de jovens diante da CNE.
"Vim visitar as instalações da CNE. Vim saber do andamento dos trabalhos e constatar o estado das instalações depois dos acontecimentos que tiveram lugar aqui na passada segunda-feira. São acontecimentos que se deve evitar, porque são acontecimentos sensíveis", declarou Mutaboba.
Para Desejado Lima da Costa a visita do representante da ONU "é mais um sinal de solidariedade da comunidade internacional" para com a sua instituição.
"É mais uma manifestação de solidariedade da comunidade internacional para com a CNE, é uma visita encorajadora. Falámos sobre os últimos acontecimentos registados aqui na CNE e tive a oportunidade de informar o senhor Mutaboba do andamento do processo das eleições", afirmou Lima da Costa para quem a máquina eleitoral já está praticamente pronta para a votação do dia 18 de março.
"Disse-lhe que neste momento estamos numa fase bastante avançada, e quase temos reunidas as condições técnicas, financeiras e materiais para que o país possa ir a votos", observou o presidente da CNE.
"O senhor representante do secretário-geral das Nações Unidas pediu-nos que a CNE trabalhasse mais no aspeto pedagógico para que os guineenses possam, unidos, manifestar o seu amor à Guiné-Bissau, para que naquela data possam exercer com segurança e tranquilidade o seu direito ao voto", concluiu Lima da Costa.
Lusa
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