Bissau, (Lusa) - O rali Budapeste-Bamako, o mais importante do género (amador e de beneficência) terminou hoje em Bissau, na Guiné-Bissau, onde os participantes vão deixar 13 viaturas, para os hospitais locais.
Este ano excecionalmente sem passar por Bamako, capital do Mali, a caravana optou por estabelecer a meta na capital da Guiné-Bissau, com organizadores a admitirem que no próximo ano poderão regressar de novo a Bissau.
A expedição, na sétima edição e com quase 200 viaturas, começou no passado dia 13 em Budapeste e passou por Itália, Marrocos, Mauritânia, Mali, Senegal e Guiné-Bissau, fazendo mais de 9300 quilómetros.
"O Mali pode ser facilmente alcançado até de patins. A Guiné-Bissau representa o intocado, a imagem romântica da África ainda por desenvolver", disse antes da expedição o organizador do Budapeste-Bamako, Andrew Szabo, que em 2004 decidiu deixar de participar no rali Paris-Dacar e procurar uma forma alternativa e mais barata de explorar o deserto do Sahara e a região oeste-africana.
Em Bissau a caravana foi recebida pela ministra da Presidência, Adiatú Djaló Nandinga, que substitui o primeiro-ministro (ausente na Etiópia), que agradeceu aos organizadores mas também aos empresários húngaros que vão ajudar a Guiné-Bissau com viaturas e outros bens.
"Mais uma vez estamos a mostrar ao mundo que a Guiné-Bissau está a viver um ambiente de paz e estabilidade", disse a ministra, que concluiu: "faço votos para que no próximo ano a caravana faça de novo Budapeste-Bissau".
Djana Sané, deputado do PAIGC (no governo) e representando a parte da Guiné-Bissau na organização do rali, disse que além das viaturas a iniciativa deixará no país outros bens como roupas, material escolar, medicamentos e meios para a construção de uma escola.
O responsável agradeceu ao povo que "saiu à rua" para saudar a caravana mas especialmente aos participantes, que fizeram milhares de quilómetros "para vir à Guiné, sem contrapartida nenhuma" e apoiar o povo do país.
Um representante dos participantes, húngaro, disse que foram duas semanas difíceis mas que foi também emocionante entrar na Guiné-Bissau. E entre os participantes estava Jorge, um português, que justificou a participação na caravana por o destino final ser Bissau.
Nos últimos anos o rali de caridade Budapeste-Bamako tem deixado apoios de centenas de milhares de euros em África, da abertura de um poço de água numa aldeia da Mauritânia à doação de uma incubadora e equipamento de esterilização para uma clínica em Bamako, da doação de bicicletas à construção de escolas, da colocação de painéis solares à doação de viaturas.
FP.
Lusa/fim
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