Bissau, (Lusa) - O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, disse hoje acreditar que está para muito breve a assinatura de um acordo para que "finalmente" sejam desbloqueadas verbas para a reforma das forças de defesa e segurança.
Na última madrugada, o secretário de Estado das Relações Exteriores de Angola, Manuel Augusto, partiu para Abuja, na Nigéria, para se encontrar com o Presidente em exercício da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), Goodluck Jonathan, para discutir esse assunto, disse Carlos Gomes Júnior.
O primeiro-ministro chegou hoje a Bissau depois de ter participado na Etiópia na cimeira da União Africana (UA), no passado fim de semana.
"Penso que se vai chegar a um acordo, finalmente, para que o protocolo seja rubricado. A partir desse protocolo imediatamente lançaremos o fundo de pensões, do qual já temos uma lista, que nos foi facultada pelo Ministério da Defesa e pelo Ministério do Interior", disse o primeiro-ministro guineense.
A reforma das forças de defesa e segurança implica a aposentação de centenas de elementos das forças armadas e da polícia, mas o Governo não tem dinheiro para pagar essas reformas, o que tem estado a ser negociado com outros países e instituições. A CEDEAO e a CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) são duas instituições importantes no processo, mas ainda não chegaram a acordo. Angola preside atualmente à CPLP.
Segundo Carlos Gomes Júnior, numa reunião com parceiros para angariação de verbas para a Guiné-Bissau, ocorrida à margem da cimeira da UA, Angola teve "uma participação importante através do ministro dos Negócios Estrangeiros, Georges Chicoti, de sensibilizar a CEDEAO para a assinatura imediata do protocolo de entendimento entre a CEDEAO, a CPLP e a Guiné-Bissau, para o desbloqueamento do fundo de pensões".
Nesse encontro à margem da cimeira, disse também o primeiro-ministro, debateu-se não só a reforma das forças de defesa e segurança "mas também o apoio imediato que deve ser dado à Guiné-Bissau" com vista ao lançamento da economia do país, através de um encontro de doadores que está previsto para o primeiro trimestre deste ano.
"A Guiné Equatorial deu um apoio fundamental para que os doadores fossem sensibilizados. O ministro dos Negócios Estrangeiros disse que o Governo está pronto, desde que seja apresentado um projeto a coberto da CEDEAO com a CPLP, para imediatamente financiar o setor da defesa e segurança", disse também Carlos Gomes Júnior.
No âmbito da viagem à Etiópia, o primeiro-ministro manteve também encontros com o chefe do Governo da Guiné-Conacri, para "debater estrangulamentos da cooperação", com o primeiro-ministro do Togo, com quem debateu a cooperação entre os dois países, e com o Presidente do Senegal, onde se inicia domingo uma campanha eleitoral num ambiente de grande tensão.
Lusa
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