Bissau - Serifo Nhamadjo, presidente interino da Assembleia Nacional da Guiné-Bissau, entregou hoje (quarta-feira) a candidatura a Presidente da República no Tribunal e disse estar convicto da vitória, para continuar o trabalho de Malam Bacai Sanhá, noticia a LUSA.
O candidato, o último a apresentar a candidatura e no último dia legal, afirmou-se como o "herdeiro" do trabalho de Malam Bacai Sanhá, Presidente da Guiné-Bissau que morreu de doença no mês passado, levando à realização de eleições antecipadas, marcadas para 18 de Março de 2012.
"Só peço a todos os que me seguem, a todos os simpatizantes, para que façam um esforço para honrar a memória daquele que desapareceu", fazendo uma "campanha cívica, exemplar", com "mensagens de reconciliação, de paz e de inclusão", para que a Guiné-Bissau tenha paz e justiça e possa concentrar-se no desenvolvimento, disse após a entrega da candidatura no Supremo Tribunal
de Justiça.
Serifo Nhamadjo é um destacado dirigente do PAIGC (partido no poder), cujo comité central optou, através de braço no ar, por apoiar Carlos Gomes Júnior, presidente do partido e primeiro-ministro. Serifo Nhamadjo desvinculou-se do partido e se candidatou.
Hoje, com centenas de apoiantes na rua do Tribunal, explicou assim tão grande adesão, "a verdade tem mais força do que a mentira. Nós não enviámos dinheiro para as regiões, não enviámos dinheiro a ninguém, pedimos aos cidadãos que têm consciência da importância da paz, que querem ver este país tranquilo, para que venham partilhar connosco este momento", sustentou.
O candidato disse que deixará as funções de presidente interino do parlamento após a confirmação da candidatura pelo Supremo Tribunal, acrescentando que jamais acumulará funções "para estar a beneficiar das benesses do Estado na corrida eleitoral".
Ainda que sem o apoio do PAIGC, Serifo Nhamadjo disse sentir o partido atrás dele, e garantiu que se a escolha do comité central tivesse sido por voto secreto seria ele o candidato por "esmagadora maioria".
Carlos Gomes Júnior já avisou que Serifo Nhamadjo sujeita-se a sanções do PAIGC por se apresentar como candidato e não acatar a escolha do comité central. Hoje o ainda presidente interino da Assembleia Nacional Popular garantiu que "jamais" será expulso do partido e que não responde "se alguém quiser usar a força para certas arbitrariedades".
"Sou militante do PAIGC. Nunca andei a reboque, estou lá por convicção e não por conveniência, como certos dirigentes", disse, acrescentando que a escolha do candidato foi por braço no ar, ao contrário do que é hábito (por voto secreto), para intimidar.
Se for eleito quer continuar a "batalha da reconciliação nacional", o trabalho de Malam Bacai Sanhá, cujas camisolas da última campanha eleitoral voltaram hoje a ser usadas. Serifo Nhamadjo tinha pouca propaganda e os apoiantes optaram por
lenços brancos em grande quantidade.
Foi com elas que fizeram a festa na rua do Supremo Tribunal de Justiça em Bissau, onde por estes dias cada candidatura que é entregue é sinónimo de festa. Chegam às centenas, a pé ou em camiões, submergem as vendedoras de laranjas
descascadas e de gelados de calabaceira, e partem com os candidatos. Falta pouco mais de um mês para as eleições.
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