sábado, 8 de junho de 2013

Ramos-Horta visitou vendedoras de mercado de Bissau

O representante do secretário-geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, saiu hoje bem cedo do escritório para ir visitar as "bideiras" (mulheres vendedoras de hortaliças) num dos mais movimentados mercados de Bissau.

Durante cerca de uma hora, Ramos-Horta, de óculos escuros e camisa branca, percorreu as ruelas e as bancas do mercado de Caracol, nos subúrbios de Bissau, onde pôde falar com as "bideiras", cumprimentar as feirantes e ainda comprar filhoses e pão às crianças que se aproximaram do local para ver o burburinho que se fez à sua volta.

Não é todos os dias que o mercado de Caracol, que tem as bancas montadas no chão e um barulho ensurdecedor, recebe um Prémio Nobel da Paz. Mas, também não é missão de um representante da ONU visitar mercados. José Ramos-Horta sabe disso, mas, mesmo assim, disse-o, "a ocasião é nobre".

É que, a convite do fundador da Academia de futebol Fidjus di Bideiras (filhos das vendedoras), o representante da ONU fez questão de conhecer "a dura realidade" das mulheres que "trabalham de sol a sol para sustentar os seus filhos".

Uma dessas 'mamas', como Ramos-Horta carinhosamente as trata, é Abelina Bigauê, mãe do jovem Adilé Sebastião, fundador e presidente da Academia Fidjus di Bideiras, que Sebastião fez questão que o enviado da ONU conhecesse pessoalmente no seu local de trabalho.

Quando Ramos-Horta entrou no mercado a azáfama tomou conta do local. Abelina Biaguê era a estrela do momento pois ela era quem anunciava às restantes "bideiras" que o hóspede chegou. "Cumprimentem aqui o nosso hóspede. Bem-vindo", diziam as mulheres em crioulo.

"No meu país também eu ia falar com as vendedeiras, as 'mamas', são pessoas muito interessantes, tornam a nossa vida mais rica. Vi muita gente aqui, pessoas que vendem produtos locais, legumes e fruta", disse um Ramos-Horta rodeado de centenas de "bideiras".

A lamentar apenas é a fraca condição de higiene no mercado, facto que Ramos-Horta diz ser preocupante por constituir "um perigo para a saúde pública". O responsável da ONU prometeu falar com as instituições vocacionadas em questões de saúde pública e assistência humanitária para "ver o que será possível fazer para ajudar as 'mamas' do mercado de Caracol".

No final da visita, após uma fotografia ao lado de dezenas de "bideiras", Ramos-Horta foi brindado com um pano tradicional que na Guiné-Bissau simboliza a amizade que se tem com o hóspede.

Ramos-Horta prometeu voltar ao mercado de Caracol.

MB // MLL

Lusa

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