sábado, 8 de junho de 2013

Novo MNE guineense promete diplomacia "sem confrontação"

Bissau - O novo ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo de transição da Guiné-Bissau, Fernando Delfim da Silva, disse hoje (sexta-feira) que vai encetar uma diplomacia sem confrontação de forma a recuperar a confiança dos parceiros do país.  

Nas suas primeiras declarações à imprensa, após a posse na Presidência da Republica, Delfim da Silva anunciou que a sua atuação será tudo menos de confrontação com a comunidade internacional (o que aconteceu noutros momentos no último ano).  

"Não será de certeza absoluta uma diplomacia de confrontação. Tem de ser uma diplomacia de aproximação e de criação de condições de confiança. Sem confiança, um país tão pequeno como a Guiné-Bissau, um país exógeno, sem confiança dos parceiros,
não vai a lado nenhum. A confrontação com os parceiros não leva a lado nenhum", observou Delfim da Silva.  

O novo responsável pela diplomacia guineense afirmou que aguarda orientações precisas do Presidente da República de transição, Serifo Nhamadjo, e do primeiro-ministro, Rui de Barros, mas, desde já, adianta que a Guiné-Bissau deve trabalhar para recuperar a confiança da comunidade internacional.  

"A definição (da política externa) passará pelo Presidente da Republica e o chefe do Governo, mas, em linhas gerais, passarão pela normalização, estarmos em transição significa que temos de criar confiança. Essa é a premissa base. Um Estado de confiança,
um Estado responsável, de resto vou esperar pelas instruções do Presidente da Republica e do chefe do Governo", disse Delfim da Silva.  

Se acreditarem em nós "vão abrir as portas que estão fechadas", sublinhou o novo ministro dos Negócios Estrangeiros quando questionado sobre a estratégia para fazer regressar os parceiros, que congelaram ou suspenderam os apoios na sequência do
golpe de Estado de 12 de Abril de 2012.  

Questionado sobre se sob a sua direcção na diplomacia a Guiné-Bissau continuará a proferir ameaças de um dia abandonar a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), tal como fizera o seu antecessor, Faustino Imbali, o novo ministro dos Negócios Estrangeiros guineense disse que a Guiné-Bissau é membro fundador da comunidade de países lusófonos.  

"Não tenho competência para dizer isso. Estamos lá, nós somos fundadores da CPLP", destacou Delfim da Silva, até aqui professor na Escola Portuguesa de Bissau e comentador político.  

Em relação à sua reentrada no Governo do país, de onde saiu em 1998 na sequência do conflito político e militar iniciado justamente a 07 de Junho desse ano (e que durou 11 meses levando à deposição do então Presidente 'Nino' Vieira por uma Junta Militar),
Delfim da Silva frisou que entende ser seu dever ajudar o país.  

"São imperativos de servir o país, é uma necessidade para seis meses", disse o chefe da diplomacia guineense, referindo-se ao horizonte temporal do executivo que deve culminar no final deste ano com a realização de eleições gerais. 

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