sábado, 8 de junho de 2013

Missão do novo governo é realizar eleições, diz Presidente

Bissau - O Presidente da República de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, disse hoje (sexta-feira) aos membros do novo governo que lhes é "confiada e exigida no essencial, e só, uma missão, a realização de eleições gerais". 

Serifo Nhamadjo, que falava na cerimónia de posse do novo executivo, anunciado na noite passada e que compreende 19 Ministérios e 15 Secretarias de Estado, acrescentou que é também essencial que o governo apoie a conclusão de uma boa campanha de exportação de caju e prepare e distribua sementes agrícolas para os camponeses.  

O Presidente explicou também que "na busca de equilíbrios e consensos, e tendo em vista conferir uma melhor coordenação", foram criadas no governo três pastas de ministros de Estado, "para coordenarem as áreas" que serão definidas pelo primeiro-ministro, Rui
de Barros. Foi também criada a figura de Inspecção Superior do Estado.  

Com o apoio do representante da ONU na Guiné-Bissau, Ramos-Horta, vão ser em breve criadas, disse, três equipas para trabalhar na preparação de uma mesa redonda com parceiros de desenvolvimento, para preparar uma programação de emergência para
segurança alimentar e para os setores da Saúde e Educação, e para elaborar um plano de ajuda à boa governação após as eleições.  

O governo hoje empossado "é a expressão viva do consenso nacional hoje possível" na Guiné-Bissau, disse Serifo Nhamadjo, acrescentando que a remodelação a seis meses do fim do período de transição foi coerente e obedeceu ao "espírito" que sempre norteou as autoridades.  

"Incluir todas as significativas sensibilidades e forças vidas do país na tarefa de construir uma Guiné-Bissau una, coesa e respeitada no concerto das Nações", justificou.  

Perante o novo governo, o presidente da Assembleia, as chefias militares, os representantes da ONU, da União Africana e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Serifo Nhamadjo classificou o dia de hoje como "o dia do
reencontro" e lembrou que a Guiné-Bissau vive há décadas em turbulência, sem conseguir terminar uma legislatura.  

Serifo Nhamado reconheceu e agradeceu o apoio dos parceiros internacionais, citando o caso da CEDEAO, e disse que o sucesso das eleições depende de um processo transparente, razão pela qual tem sido defendida a realização de um recenseamento
biométrico, para evitar "querelas políticas" após o anúncio dos resultados, como tem acontecido.  

Depois encorajou a Assembleia Nacional a rapidamente eleger um presidente da Comissão Nacional de Eleições, para que logo a seguir, ouvidos os partidos, possa marcar a data das eleições.  

Realizar eleições este ano e fazer um governo mais inclusivo têm sido duas das exigências da comunidade internacional. A formação de um governo mais alargado tem estado a ser discutida há meses mas só na noite passada foi anunciada a nova orgânica.  

O novo governo hoje empossado continua a ser chefiado por Rui Duarte de Barros, que manteve parte dos ministros.   

O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que estava no poder até ao golpe de Estado de 12 de abril do ano passado e que durante muito tempo se manteve à margem do processo de transição, participa no governo hoje empossado. 

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