segunda-feira, 17 de junho de 2013

Guiné-Bissau ausente no encontro das universidades lusófonas

Nenhuma instituição da Guiné-Bissau participou no encontro da Associação das Universidades de Língua Portuguesa AULP). “Reconhecemos com alguma tristeza que não tivemos a participação da Guiné-Bissau e isso preocupa-nos”, comentou Jorge Ferrão, reitor da Universidade de Moçambique e presidente da organização, ao fazer um balanço do XXIII encontro anual daquela instituição.

Falando à rádio UFMG Educativa, o líder da Associação lamentou a ausência, afirmando que “há um processo que acontece na Guiné-Bissau que tem a ver com os sistemas políticos. A AULP não está preocupada com isso, estamos preocupados com os académicos, com o sistema de ensino da Guiné-Bissau”.

“Não podemos promover a exclusão desses académicos”, comentou o reitor moçambicano.

Esta preocupação reflectiu-se numa moção de solidariedade aprovada pela assembleia do encontro e na declaração final, onde se lê que a AULP irá solicitar ao secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa o apoio no sentido de transmitir àquelas instituições irmãs a preocupação da Associação pela situação naquele país, desejando-lhe “uma rápida normalização, incluindo a plena participação nas suas actividades”.

A Guiné-Bissau atravessa um período de transição governativa e aguarda pela realização de eleições na sequência de um período de instabilidade, iniciado com o Golpe de Estado de 12 Abril de 2012.

No final do encontro, foi anunciado que a AULP pretende criar uma base de dados da produção científica e de informações curriculares que abranja todos os países de língua portuguesa.

Os participantes reforçaram a necessidade de promover uma maior cooperação e integração entre as instituições.

Em carta aberta dirigida a todos os participantes, Jorge Ferrão defendeu que a AULP deve ter um papel na criação de uma base de dados que “prolongue os actuais sistemas Lattes no Brasil e o recente DeGois em Portugal”.

Estas bases de dados reúnem e disponibilizam informações curriculares e produção intelectual e científica dos investigadores.

Além desta medida, a Declaração de Belo Horizonte, aprovada na assembleia de encerramento do encontro, recomenda que se ampliem os projectos de pós-graduação em parceria. Sublinha-se ainda que são necessárias novas fontes de financiamento, apelando à mobilização de fundos provenientes da União Europeia.

Neste encontro foi aprovado o ingresso de 12 novas instituições na AULP, oito delas do Brasil e as restantes de Portugal, Moçambique, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe.

A próxima reunião anual da associação realiza-se na Universidade de Macau.

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