domingo, 2 de junho de 2013

Os dois maiores Partidos recusam remodelação governamental

Os dois maiores partidos da Guiné-Bissau recusaram a proposta do primeiro-ministro para a formação de um novo Governo, que contempla menos de metade do total de ministérios para PAIGC e PRS.

O primeiro-ministro do Governo de transição enviou uma carta ao Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e ao Partido da Renovação Social (PRS) a pedir-lhes que enviem até às 12:00 de hoje as propostas de nomes a integrarem um novo executivo.

Nas cartas, Rui de Barros pede nomes para quatro ministérios ao PAIGC e para três ministérios ao PRS. Caso o executivo remodelado seja idêntico ao atual, terá 15 ministérios.

Numa nota divulgada na noite passada, saída de uma reunião da comissão executiva, o PRS recusou. O PAIGC, após uma reunião da comissão permanente do Bureau Político, também recusou, disse hoje à Lusa fonte partidária, que acrescentou que hoje à tarde vai ser emitido um comunicado com a posição do maior partido guineense.

Ao PRS, o primeiro-ministro propôs as pastas da Educação, Agricultura e Recursos Naturais, e ao PAIGC a Economia, as Infraestruturas, a Função Pública e a Mulher, Família e Solidariedade.

Os dois partidos têm 95 dos 100 deputados que compõem a Assembleia Nacional Popular.

Na carta ao PAIGC, a que a Lusa teve acesso, o primeiro-ministro pede ao partido para que indique três nomes com os respetivos currículos para cada uma das quatro pastas. Dá ainda ao maior partido (segundo as últimas eleições legislativas) três secretarias de Estado: Administração Hospitalar, Integração Regional e Segurança Alimentar.

Na nota de imprensa, o PRS diz discordar "totalmente" da proposta do primeiro-ministro, justificando que a repartição de pastas não tem em conta o memorando de entendimento entre PAIGC e PRS assinado a 17 de maio.

"Além de responsabilizar os órgãos de transição pelo pouco sentido de Estado manifestado com esta postura unilateral de negociação", o PRS apela à comunidade internacional para que continue "atenta às manobras obscuras que manifestamente não estão a velar pelos superiores interesses da Nação guineense nesta remodelação governamental".

Sem comentários:

Enviar um comentário