sexta-feira, 10 de maio de 2013

FMI prevê um crescimento económico da Guiné-Bissau de 3,5 por cento

O FMI prevê um crescimento económico da Guiné-Bissau em 2013 de 3,5 por cento mas alerta para o baixo nível de receitas e pede que seja rapidamente aprovado o orçamento do Estado deste ano.

Em conferência de imprensa em Bissau, o chefe de uma missão do FMI que esteve no país de 29 de abril a hoje, Mauricio Villafuerte, disse que o Fundo Monetário Internacional prevê uma recuperação da economia este ano, depois "de uma situação muito difícil em 2012, marcada por uma queda abrupta nos volumes e preços de exportação de caju", o principal produto do país, bem como "uma queda no apoio dos parceiros de desenvolvimento".

Para este ano, a recuperação nas exportações de caju e a continuação do apoio orçamental por parte de parceiros regionais deverão contribuir para o crescimento do Produto Interno Bruto, disse Mauricio Villafuerte.

O responsável alertou no entanto para o risco que representa "a demora no arranque da campanha de exportação de caju, em conjunto com alguns constrangimentos no seu financiamento".

O FMI, disse ainda, prevê a continuação de uma inflação controlada e que o atual défice da conta corrente baixe ligeiramente.

Mauricio Villafuerte alertou também para a necessidade e um controlo apertado da despesa e um "estrito controlo das finanças públicas", devido aos baixos níveis de receitas e subsídios e às limitadas opções de financiamento.

"As perspetivas de crescimento a médio prazo dependem, de forma crítica, da estabilização do enquadramento político e maior apoio por parte dos parceiros de desenvolvimento tradicionais", alertou Mauricio Villafuerte, que salientou ainda a necessidade de "reformas institucionais setoriais" que levem ao aumento dos "níveis de arrecadação de receita fiscal".

"O FMI está disponível para trabalhar com a Guiné-Bissau para fazer face a estes desafios, inclusive através de assistência técnica", disse o responsável.

Ao longo de mais de uma semana a missão do FMI reuniu-se com as autoridades de transição, com o Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) e com representantes do setor privado e parceiros de desenvolvimento.

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