Bissau - Os alunos da Escola Superior de Educação (ESE) da Guiné-Bissau fecharam ontem (quarta-feira) a cadeado as portas do estabelecimento de formação de professores em sinal de protesto pela greve dos docentes das escolas públicas do país.
Os professores das escolas públicas guineenses estão de greve geral há quase um mês, reclamando o pagamento de salários em atraso.
Evanir Nunes Ocaia, presidente da Federação dos alunos da ESSE, disse à Agência Lusa que o fecho das portas da escola "é por tempo indeterminado" e surge como "medida de pressão ao Governo" para que pague os salários aos professores, que já não recebem há oito meses.
O fecho do portão da Escola Superior de Educação fez com que os alunos do departamento de Língua Portuguesa, que têm o apoio do Instituto Camões a partir de Portugal, também estejam sem aulas.
Evanir Ocaia sabe que está a prejudicar os alunos que aprendem a língua portuguesa, mas considera ser a única forma de pressionar o Governo guineense no sentido de resolver o problema.
"Por ser um curso que recebe o apoio de um Governo de outro país (Portugal) e por esse motivo funcionava sem problemas. O nosso Governo vai ter de tomar medidas porque eles também estão sem aulas", defendeu o presidente da Federação dos alunos da ESE.
"A ideia é bloquear tudo. Não vai funcionar nada até que se resolva o nosso problema", disse Evanir Ocaia, que considera insignificante o número de alunos que frequentam o ensino da Língua Portuguesa na ESE.
"É como se fossem uma gota de água no oceano. Achamos injusto que estejam a ter aulas enquanto nós, que somos o grosso dessa escola, estamos sem aulas", afirmou o dirigente estudantil.
As portas da escola, no bairro de Missirá, só voltarão a abrir com o pagamento de salários aos professores de todos os cursos e ainda quando a direcção da escola melhorar as condições de trabalho e de aprendizagem, defendeu Evanir Ocaia.
"Exigimos que haja Internet, corrente eléctrica suficiente, abertura da sala do conselho técnico pedagógico durante a noite, a reabilitação do ginásio do Enefd" (Escola Nacional de Educação Física e Desporto) que faz parte da ESE, sublinhou Ocaia.
A ESE tem mais de três mil alunos, em cursos diversos para chegar à carreira docente.
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