quinta-feira, 9 de maio de 2013

Dois políticos guineenses refugiados na sede da UE regressaram à casa

Bissau - Dois dirigentes políticos guineenses, que estavam refugiados na sede da União Europeia (UE) em Bissau, há sete meses, saíram ontem (quarta – feira), ficando ainda, no local, um militar, o general Melciades Fernandes.


Saíram da sede da UE :Tomás Barbosa, secretário de Estado do Ambiente no Governo deposto no golpe de Estado militar do ano passado, e Ibraima Sow, antigo ministro da Educação e líder do Partido Popular da Guiné-Bissau.

Permanece na sede da UE, o general Melciades Gomes Fernandes (o general Manel Mina).  

O embaixador da União Europeia em Bissau, Joaquim Gonzalez Ducay, afirmou que os dois políticos abandonaram a sede dos "27" por "razões humanitárias".


Três responsáveis guineenses, dois políticos e um militar, refugiaram-se na sede da UE, em Outubro do ano passado, na sequência do ataque ao quartel dos "para -comandos", por um grupo de militares. Na versão das autoridades, estas pessoas estariam em conluio com os militares na preparação de um golpe de Estado.


"Estas pessoas foram recolhidas aqui por razões humanitárias e saem, também porque as condições humanitárias permitem.

Estamos contentes por elas, porque estavam aqui há sete meses, longe das suas famílias. Para nós é um dia feliz, são dois seres humanos que regressam aos seus lares", observou Gonzalez Ducay.

O responsável acrescentou: "A União Europeia trabalha para que os direitos humanos sejam respeitados. Contamos sempre com a solidariedade das Nações Unidas, do senhor representante Ramos-Horta, do representante da União Africana, do representante da
CEDEAO" (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental).


Sobre a permanência do general Melciades Fernandes nas instalações da UE, o embaixador Ducay observou que "é um assunto que está a ser resolvido". A mesma resposta foi dada aos jornalistas pelo ministro da presidência do Conselho de Ministros e
porta-voz do Governo de transição da Guiné-Bissau, Fernando Vaz.


"O problema do general está em curso, esperamos que, proximamente, tenha um desfecho", notou Fernando Vaz, que falou para a imprensa, uma vez que o Primeiro-ministro de transição, Rui de Barros, assistiu ao ato, mas abandonou as instalações da
União Europeia antes da saída dos dois políticos.

De acordo com o porta-voz do Governo de transição, as condições de segurança para os dois políticos já estão garantidas e saíram das instalações da União Europeia sem qualquer condição.


"É um acto humanitário que já devia ter acontecido há muito tempo, mas só foi possível acontecer hoje. Estes dois cidadãos nacionais voltam a viver em liberdade e esperemos que, na tranquilidade e na paz. O Governo irá fazer tudo para garantir que isso aconteça,
assegurando a sua segurança", disse Fernando Vaz.

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