segunda-feira, 6 de maio de 2013

União Africana admite levantar suspensão do Estado guineense

Angop

Sessão da União Africana, na sede da Organização (Addis Abeba)

Sessão da União Africana, na sede da Organização (Addis Abeba)

Bissau - A União Africana (UA) admite levantar a suspensão da Guiné-Bissau ainda este mês, desde que seja aprovado rapidamente um roteiro de transição e um pacto de regime, e que seja criado um governo inclusivo.


A promessa foi deixada quinta-feira pelo representante da UA em Bissau, Ovídeo Pequeno, que em conferência de imprensa fez um balanço da última reunião do Conselho de Paz e Segurança da organização, que na semana passada (sexta-feira) se reuniu em Addis Abeba para discutir a situação na Guiné-Bissau.

 
Na reunião do Conselho participaram também representantes da União Europeia, da ONU, da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), tendo havido "total convergência de pontos de vista sobre as prioridades para a Guiné-Bissau", nomeadamente eleições este ano, disse Ovídeo Pequeno. 


Foi decidido ainda, acrescentou, preparar uma missão conjunta (ONU, UA, CEDEAO, CPLP e UE) para vir à Guiné-Bissau, à semelhança do que já aconteceu em Dezembro passado, que vai constatar a realidade do país e "estabelecer um mecanismo local de acompanhamento". Ovídeo Pequeno disse que os termos de referência da missão serão debatidos em breve. 


A Guiné-Bissau foi suspensa da UA na sequência do golpe de Estado ocorrido em Abril do ano passado. Ovídeo Pequeno disse hoje que a organização gostaria que, na próxima cimeira, ou até antes, a suspensão fosse levantada. 


"Tudo é possível desde que haja vontade política dos atores guineenses, não tem necessariamente de se esperar pela cimeira para que se levante a suspensão, porque é uma decisão do Conselho de Paz e Segurança e é automática", disse Ovídeo Pequeno. 


No próximo dia 25, em Addis Abeba, celebram-se os 50 anos da UA e nos dois dias seguintes há uma cimeira da organização, no mesmo local.  


A UA, disse ainda Ovídeo Pequeno, saúda os avanços já conseguidos pelos políticos, sociedade civil e militares para que se chegue a um pacto de regime, um roteiro de transição e um governo inclusivo e deseja que se cheguem a conclusões rapidamente "para que a comunidade internacional possa ajudar o país a sair da crise em que se encontra". 


E manifestou-se preocupada com os últimos acontecimentos, disse Ovídeo Pequeno, referindo-se à prisão pelos Estados Unidos do antigo chefe da marinha e a acusação ao actual chefe das Forças Armadas de envolvimento em tráfico de droga. "É um processo judicial, não nos cabe interferir, mas estaremos atentos", disse. 

Ovídeo Pequeno afirmou ainda que a preocupação fundamental dos parceiros da Guiné-Bissau é a realização de eleições e reafirmou que a comunidade internacional as irá financiar. 

A UA, referiu, vê "de forma positiva" o evoluir da situação na Guiné-Bissau e considera que no país há alguma tranquilidade e segurança. 

 
E volta a pedir aos políticos para que se entendam. A UA compreende que o PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde, mais votado nas últimas eleições) possa ter problemas (nomeadamente para organizar o congresso marcado para este mês) mas adverte que sem a participação do PAIGC não se pode falar de inclusão e de envolvimento de todos os partidos para uma saída da crise, disse o representante. 

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