Bissau - A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) nomeou segunda-feira Alpha Condé, Presidente da Guiné-Conakry, como mediador do impasse eleitoral na Guiné-Bissau, noticiou a Lusa.
A decisão foi tomada numa cimeira extraordinária realizada em Dakar, no Senegal, onde 12 chefes de Estado da região assistiram à posse do novo presidente do país, e comunicada aos jornalistas à chegada a Bissau, pelo presidente interino, Raimundo Pereira.
Na reunião, disse, foi apresentado o relatório feito pelo presidente da Comissão da CEDEAO, Kadré Désiré Ouédraogo, na sequência da visita que fez à Guiné-Bissau no passado sábado.
Alpha Condé "nos próximos tempos vai procurar falar com todas as partes envolvidas e procurar uma solução para o impasse que existe neste momento relativamente à segunda volta" das eleições, afirmou Raimundo Pereira.
A Guiné-Bissau realizou eleições presidenciais no passado dia 18 de Março, mas cinco dos candidatos não aceitam os resultados e o segundo mais votado recusa participar na segunda volta, por considerar que houve fraude.
Questionado se a data para a segunda volta das eleições, 22 de Abril, está em causa, Raimundo Pereira disse que a data está marcada e que a indicação de Alpha Condé significa "que a CEDEAO está interessada em envolver um mediador para todas as questões que entendeu que são relevantes, não só políticas".
"Porque os Chefes de Estado deixaram bem claro que a solução tem de respeitar a Constituição e a legalidade. Significa que toda a gente está à espera da decisão do Supremo Tribunal de Justiça, mas paralelamente, se for possível estabelecer o diálogo para poder ultrapassar a questão que existe neste momento seria bom", justificou Raimundo Pereira.
O presidente acrescentou que a CEDEAO ouviu também "algumas preocupações" do responsável máximo da Comissão "relativamente à questão da segurança na Guiné-Bissau", pelo que essa mediação irá ter em conta "todas as questões envolventes do problema".
"Ficou mais uma vez reafirmada a decisão da CEDEAO de dar tolerância zero a golpes de Estado, portanto, em nenhum momento tolerará a tomada de poder pela via da força", declarou Raimundo Pereira, acrescentando que o mesmo se aplica ao Mali, o outro tema em debate na reunião extraordinária.
"A Cimeira constatou que houve progressos mas que não são suficientes e decidiu a aplicação imediata, a partir de hoje, das sanções que tinham sido anunciadas, até ao completo restabelecimento da ordem constitucional" no Mali, adiantou Raimundo Pereira.
E quanto ao Senegal, o presidente interino da Guiné-Bissau elogiou o "exemplo a África" que o país deu na consolidação do processo democrático.
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