Bissau, 20 jun (Lusa) -- Os funcionários da fiscalização de pescas da Guiné-Bissau (FISCAP) que iniciaram hoje um terceiro período de greve de uma semana dizem que não entendem o "silêncio do patronato".
"Já é mais de uma semana, estamos em dez dias de greve e até agora o nosso patronato não nos chamou. Não conseguimos entender o silêncio por parte do patronato por ser um setor tão importante para o país", afirmou o presidente do comité sindical de base dos fiscalizadores e pessoal administrativo da FISCAP, Tomás Pereira.
Os fiscalizadores e pessoal administrativo da FISCAP iniciaram hoje uma greve de uma semana, depois de já terem efetuado duas paralisações que não resultaram em qualquer contacto por parte do Governo para iniciar negociações.
"É um setor que controla o nosso mar e dá receitas ao Governo e ao país. Estamos nesta greve e o patrão, até ao momento, não fez ainda um gesto", lamentou Tomás Pereira.
Segundo o responsável pelo comité sindical, informações indicam que os barcos de pescas estão todos na zona das doze milhas.
"Quanto é que o país está a perder?", questionou Tomás Pereira, insistindo que querem dialogar.
"Apelamos ao Governo para conversar para ultrapassar. A nossa greve não devia durar uma hora", disse, sublinhando que os recursos da Guiné-Bissau estão a "ser explorados e que os governantes estão com a boca calada".
"Isso é que lamentamos muito", sublinhou.
O sindicato nacional dos fiscalizadores marítimos reivindica o pagamento de salários em atraso relativos a meses de 2003, 2004 e dos subsídios por navios apresados entre 1999 e 2009.
O sindicato reclama também a liquidação integral da previdência social e a efetivação de "todos os observadores em regime de contratados há mais de 15 anos", bem como de três operadores de rádio.
Os funcionários da fiscalização das pescas pretendem igualmente a criação de um estatuto mais moderno e de um "regulamento de funcionamento nas diferentes bases de apoio à fiscalização".
MSE.
Lusa/Fim
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