Lisboa, (Lusa) -- O aumento do preço da castanha de caju, a construção de habitações e investimentos em infraestruturas suportaram o crescimento económico da Guiné-Bissau, segundo o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) no relatório "Perspetivas Económicas em África", hoje apresentado em Lisboa.
O documento assinala que o crescimento económico da Guiné-Bissau foi de 3,6 por cento em 2010, representando uma ligeira aceleração relativamente aos 3 por cento de 2009.
As perspetivas para 2011 e 2012 apontam para uma consolidação desse crescimento, com taxas de 4,5 por cento e 4,8 por cento, respetivamente, por via do aumento da produção agrícola, pelas exportações de castanha de caju e pelo Investimento Direto Estrangeiro (IDE) em projetos mineiros e de infraestruturas.
Todavia, o principal risco reside na continuação da instabilidade política, que pode ditar a consolidação da redução do financiamento dos doadores, prejudicando a execução do programa de investimentos públicos nos próximos anos.
A instabilidade política resultou, por exemplo, na retirada do apoio ao orçamento de Estado pela União Europeia, um dos principais parceiros de desenvolvimento do país.
O relatório do BAD destaca que a Guiné-Bissau "continua a ser altamente dependente da agricultura de subsistência, da exportação da castanha de caju e da ajuda externa".
Para garantir a diversificação da sua economia e promover o crescimento, a Guiné-Bissau precisa de executar "profundas reformas" na administração pública, particularmente nos setores da defesa e segurança, bem como investir na agricultura e em infraestruturas de base para os transportes e para a energia.
"A exploração dos seus recursos minerais, com grande potencial, que se espera ter início em breve, poderá vir a gerar recursos significativos destinados a financiar estes investimentos", lê-se no relatório.
Para 2011, o BAD antecipa que os "principais desafios" das autoridades guineenses serão a promoção da estabilidade política, a execução de reformas nos setores da defesa e segurança e combater o narcotráfico.
"O desempenho económico dependerá do êxito do governo na resolução destes problemas", conclui o documento.
EL.
Lusa/Fim
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