Nova Iorque, 20 jun (Lusa) -- A Guiné-Bissau é o caso mais preocupante entre os 4 países lusófonos considerados "em perigo" no ranking deste ano de Estados falhados do Fundo para a Paz, publicado pela revista Foreign Policy.
Com três países africanos considerados em estado "crítico" no topo da tabela -- Somália, Chade e Sudão -- a Guiné-Bissau é o país lusófono pior colocado no ranking deste ano da Foreign Policy, surgindo, entre 177 países, como 18º país mais vulnerável, quatro posições acima de 2010.
O painel de especialistas que elabora o ranking classifica como maiores perigos para a Guiné-Bissau o aparelho de segurança (9,3 em 10 pontos), a consolidação de fações entre as elites e a perda de legitimidade do Estado (ambos 9,2 em 10 pontos).
A avaliação é feita também tendo em conta pressões demográficas, refugiados, conflitos entre grupos, desenvolvimento urbano, declínio económico, serviços públicos, direitos humanos e intervenção externa, entre outros fatores.
No ano passado, Timor-Leste era o país lusófono considerado em pior posição, em 18º lugar, mas este ano caiu para 23º.
Juntamente com a Libéria, também acompanhada de perto pelas Nações Unidas, em Timor-Leste "tem-se evitado problemas, de modo geral", refere o estudo.
Na tabela, a Guiné-Equatorial, aspirante a entrar na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) surge em 41º lugar, Angola em 52º e Moçambique em 57º, os três em trajetória ascendente na tabela.
No sentido oposto seguem no ranking deste ano Cabo Verde (90º), Brasil (123º) e Portugal (163º).
No topo, pelo quarto ano consecutivo, está a Somália, "indicando a profundidade da crise, no mais prolongado falhanço da comunidade internacional", refere a Foreign Policy.
Os resultados mais recentes, adianta, "mostram quanto a crise económica de 2008 e os seus efeitos em cadeia em todo o lado, desde o colapso do comércio ao inflacionamento (subida) dos preços de alimentação e estagnação de investimento, ainda ensombram o mundo".
Enquanto o Haiti, Costa do Marfim e Niger protagonizaram das principais subidas, os casos positivos incluem o Afeganistão e Iraque, e também o Quénia, que saiu do top 15.
Em 2011, África estará no centro das atenções, com eleições previstas em 27 países do continente, e o principal desafio será lidar com o resultado das revoluções árabes, que começaram na Tunísia e se estenderam ao Egito, Barain, Líbia, Iémen e Síria.
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