Bissau - O secretário-geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Domingos Semedo, qualificou hoje como "preocupante" a situação que se está a viver na Costa do Marfim.
"É preocupante essa situação", afirmou à agência Lusa Domingos Semedo, que participou como observador eleitoral da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental nas duas voltas das eleições presidenciais daquele país.
"Durante o tempo que lá estivemos tudo estava calmo. Houve um ou outro incidente, mas que não era de vulto", explicou à Lusa, sublinhando que ficaram "surpreendidos com o que se está a passar".
Segundo Domingos Semedo, o que "está a acontecer na Cote d’Ivoire pode ter a sua ressonância até ao nosso país, porque é um potencial económico".
"Portanto, não podem descurar esta condição económica de que desfruta e de que os nossos países também beneficiam", salientou.
Questionado sobre a comunidade guineense residente na Cote d’Ivoire, Domingos Semedo disse que existem funcionários internacionais e estudantes a viverem naquele país.
"Estão preocupados com a segurança e foram aconselhados a manterem-se calmos e a ficarem nas suas residências, porque não se sabe o que poderá acontecer num futuro próximo", disse.
A instabilidade regressou às ruas de Abidjan, depois do Presidente Laurent Gbabo, no poder há 10 anos, ter sido proclamado vencedor pelo conselho constitucional, defendendo a invalidação dos votos do norte, bastião da antiga guerrilha das Forças Novas (FN) e dos apoiantes de Ouattara.
Alassane Ouattara é o candidato da oposição que a comissão eleitoral e a comunidade internacional reconhecem como vencedor da segunda volta das eleições presidenciais da semana passada.
Mediadores internacionais, entre os quais o ex -Presidente sul-africano Thabo eki, estão na Cote d’Ivoire a pedido da União Africana para tentar ajudar a uma resolução da situação.
Neste momento, o país tem dois Presidentes, dois primeiros-ministros e, em breve, dois governos.
Ouattara recusa que a última palavra seja do conselho constitucional e cita o acordo de paz de 2007, segundo o qual as Nações Unidas têm de certificar os resultados eleitorais. Para a ONU, as eleições foram credíveis e Ouattara venceu.
O primeiro mandato de Gbagbo terminou em 2005 e as primeiras eleições numa década foram adiadas várias vezes. O escrutínio acabou por se realizar em Outubro e a segunda volta a 28 de Novembro.
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