quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Médicos e enfermeiros portugueses operam cegos na Guiné-Bissau

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Um grupo de médicos cirurgiões e enfermeiros voluntários portugueses parte em Janeiro para a Guiné-Bissau com o objectivo de devolver a visão a doentes oftalmológicos, avança a agência Lusa.

Cerca de uma dezena de profissionais de saúde integram a iniciativa da Fundação João XXIII, ‘Missão Visão’, que pretende combater a falta de meios humanos e técnicos, na área da oftalmologia, de uma das zonas mais pobres da Guiné-Bissau, Ondame.


Não é certo o número de guineenses que vai beneficiar desta iniciativa, mas sabe-se que são doentes que padecem de cegueira reversível.


“O problema de visão destas pessoas não é definitivo. Mas a falta de condições e de pessoal médico habilitado impossibilita a cura”, afirmou hoje à agência Lusa Luís Gonçalves, médico cirurgião oftalmológico e um dos voluntários desta missão.
A ‘Missão Visão’ vai, durante um mês, possibilitar a pessoas cegas ou em vias de cegar, usufruírem de cuidados médicos básicos em Portugal, mas inexistentes na Guiné.


“Muitos destes doentes estão cegos devido a cataratas. Isto em Portugal é quase impensável. Na Guiné é o normal”, explicou o médico Luís Gonçalves.


Os voluntários portugueses vão custear a própria viagem, estadia na Guiné e despesas relacionadas com vistos e vacinas. Os apoios conseguidos para a missão serão exclusivamente para o material médico, cirúrgico e para medicamentos.


“Cada um paga a viagem e a estadia. Em troca recebe a possibilidade de fazer a diferença na vida de alguém que pode ter uma vida melhor e só não o tem por não ter condições para fazer uma cirurgia relativamente simples”, esclareceu o médico.
Já em Agosto deste ano um grupo de escuteiros da região norte esteve na Guiné para lançar os alicerces da Missão Visão.
“Foram lá para pré-seleccionar os doentes e construir os blocos onde vão ser feitas as cirurgias”, explicou Luís Gonçalves.

Esta pré-selecção é importante, na opinião do médico ouvido pela agência Lusa, “porque permite aos profissionais de saúde saber o que os espera na Guiné e como se prepararem”.


Questionado sobre quais os critérios de selecção, Luís Gonçalves afirma que “são pessoas em idade válida para trabalhar e para serem úteis ao sustento da família. Mas que, muitas vezes por deficiências nutricionais, padecem de cegueira curável”.


A Fundação João XXIII foi criada em 1991 e é uma instituição do Patriarcado de Lisboa que há mais de dez anos que desenvolve missões de ajuda humanitária na Guiné-Bissau.


A ‘Missão Visão’ de Janeiro de 2011 é a primeira na área da visão e de doenças oftalmológicas.

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