Acção violenta não fez vítimas, mas surgiu numa altura em que o país está em plena crise político-militar
Um pesqueiro espanhol foi ontem de madrugada metralhado ao largo da Guiné-Bissau por piratas disfarçados de soldados que pilharam parte da carga e agrediram alguns tripulantes. O incidente só provocou feridos ligeiros e o barco seguiu viagem.
A notícia foi ontem adiantada pelo jornal El Mundo, que cita os pescadores deste barco matriculado em Huelva. Segundo o relato, o pesqueiro Hermanos Delgado foi abordado por piratas vestidos com roupas militares, quando trabalhava em águas guineenses.
Horas antes, aproximara-se uma suposta lancha do Exército, cujos tripulantes acusaram o pesqueiro espanhol de estar em águas da Guiné-Conacri, embora o mestre garanta que estavam em águas da Guiné-Bissau. Na altura, as alegadas autoridades guineenses pararam dois barcos de pesca espanhóis. Já de noite, o Hermanos Delgado foi abordado por dois piratas armados, que metralharam o barco. Os disparos permitiram que o outro pesqueiro, Alfonso Riera, escapasse da zona e avisasse a embaixada. Submetido, o Hermanos Delgado navegou cem milhas e a tripulação acabou por negociar uma saída, dando aos ladrões dinheiro e peixe. O contramestre ficou mais maltratado, com uma costela partida.
Este incidente coincide com a crise militar na Guiné-Bissau, sem solução à vista. Em Maio, ocorreu um golpe que resultou na substituição da liderança das forças armadas. O então chefe militar da Guiné-Bissau, contra-almirante Zamora Induta, foi detido e entretanto destituído. Zamora continua preso e no seu lugar ficou o tenente-general António Indjai.
A nova liderança militar é acusada por autoridades internacionais de não controlar o narcotráfico e a criminalidade.
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