“Liberdade não é meramente tirar as correntes de alguém, mas sim viver de uma forma que respeita e aumenta a liberdade dos outros”. Nelson Mandela
Embalados pela frase que circula por todo o Mundo na qual, seu autor, o líder negro e estadista Nelson Mandela, expressa o sonho de liberdade social, política e econômica, autoridades, diretores das Escolas Públicas Municipais e de Ensino Médio, coordenadores pedagógicos, professores de Redenção, além de representantes da UNILAB, AMAB, 8ª CREDE, Movimento Negro e Secretarias de Educação do Maciço do Baturité, participaram das atividades realizadas no primeiro dia do II Seminário da Consciência Negra.
O evento aconteceu no Ginásio de Esportes da cidade de Redenção, apesar do calor forte, os mais de cem participantes permaneceram firmes até o final. No primeiro dia foram mais de oito horas seguidas de muita comemoração e discussão sobre o tema: Brasil e África, Cooperação e Solidariedade, sendo este um dos projetos que englobam o programa As Cores de Redenção, que visa promover a história do negro no Brasil.
Logo na abertura do evento a prefeita Cimar de Redenção, falou da importância da implantação da Unilab, como uma forma de crescimento econômico, político e social e também de se comemorar a Semana da Consciência Negra, uma vez que a cidade carrega em suas origens o marco da “liberdade”.
Mantendo as tradições, de encontro às raízes que unem um povo que sofreu, lutou e sobreviveu em meio às pedras e espinhos encontradas pelo caminho, buscou e busca na dança e nos movimentos em grupos diversificar, defender e resgatar um pouco de suas verdadeiras origens, sobretudo agora, de forma cultural, os alunos de diversas escolas da região do Maciço, apresentaram algumas danças. Entre elas o Maracatu e Iemanjá, uma homenagem também à prefeita que estava aniversariando. Os alunos do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil-Peti, também se apresentaram. Já a Escola Municipal Antônio Barbosa homenageou a Unilab com uma dança.
Numa das palestras coordenadas pela Professora Stela Maria Meneghel Pró-reitora de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação-Unilab, foi discutido juntamente com a participação de alunos africanos que estudam no Brasil, formas culturais de entendimento entre o Brasil e alguns países que compõem o Continente Africano como Moçambique, Guiné Bissau e Angola. Questionados pelos professores sobre a religião e o porquê eram tão sérios, explicaram, já com um sorriso no rosto, “não somos sérios, apenas estamos vestidos formalmente, por conta do evento, mas adoraria estar de chinelo havaianas” brincou o moçambicano Ercílio longa. “O povo africano é muito alegre, como os brasileiros”, comparou. A maioria deles são católicos, porém acreditam em seus curandeiros. “Vocês podem não acreditar, mas é muito forte o saber do nosso povo, sobre os fenômenos da natureza, eu acredito e já vi”. Concluiu. A partir daí, os simpáticos africanos se abriram um pouco mais e falaram das oportunidades que o Brasil está proporcionando aos países do continente africano. Todos estudam aqui, há mais de um ano, e tem na universidade um sonho "o tesouro dos meus pais", afirmaUssumani Baldé de Guiné Bissau. Eles não perderam a oportunidade de perguntar, durante a Palestra do Reitor da Unilab Paulo Speller, que falou sobre o tema Brasil e África: por que cooperar, como fariam para fazer parte dessa nova Universidade, que abre portas aos vários países de origem de cada um deles. O Reitor explicou que nesse momento a Unilab só poderá receber inscrições de alunos que moram no continente africano, mas deu uma dica: “Aqueles que querem participar do processo seletivo, façam sua inscrição no país de origem”. O reitor falou ainda, das parcerias que tem firmado com outros países que proporcionará um crescimento muito forte da Unilab no exterior. Ressaltou a importância da participação da comunidade no evento “isso mostra que a integração que nós vimos buscando tem funcionado”, concluiu. Durante essa palestra a coordenação de Mesa, ficou por conta da Professoras da Unilab Emilia Soares do curso de Enfermagem e Albanise Barbosa Marinho, Coordenadora do Curso de Agronomia.
Motivados pelas novidades participaram, ainda, do Lançamento dos livros Filhos de África no Brasil: História, Memória e Atualidade, e Estado: políticas públicas e gestão educacional, ambosdo professor, pesquisador Dr. Lourenço Ocuni Cá, Africano de Guiné Bissau.
No segundo dia do evento estudantes da Rede Pública Municipal (Gremistas) e do Ensino Médio, Conselheiros Escolares, Gestores e Técnicos da região foram os convidados. Eles acompanharam as discussões sobre o tema: Mãos e pés de pretos vistos do Brasil e de Moçambique, abordado na palestra ministrada pelo Professor/Dr. Licenciatura da Unilab Manoel de Souza e Silva. A Coordenação de Mesa ficou por conta do Professor e também diretor de ensino da Prograd/Unilab Afrânio de Araújo Coelho, ainda puderam conferir a palestra que falou sobre Unilab no Contexto da Cooperação Brasil e África.
A expectativa na cidade está muito grande, a maioria dos moradores aguardam ansiosos pela inauguração da Universidade que está prevista para março de 2011. “Poderemos estudar aqui, não precisaremos sair da cidade em busca de outras oportunidades, e isso, é muito importante”, afirma uma moradora.
O evento foi promovido pela Secretaria Municipal da Educação de Redenção em parceria com a Unilab. Segundo os organizadores, mostrou que a sociedade necessita de mudanças e busca isso através da educação.
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