Bissau - A Confederação dos Sindicatos Independentes da Guiné-Bissau quer propor ao governo ilegítimo de transição que os preços dos produtos da primeira necessidade passem a ser controlados como forma de "combater especulações", noticiou a Lusa.
Filomeno Cabral anunciou esta pretensão, sexta-feira, no seu discurso dirigido aos trabalhadores guineenses, no âmbito das celebrações oficiais do 53.º aniversário do massacre de Pindjiguti.
A efeméride, feriado nacional no país, assinala o massacre de duas dezenas de trabalhadores guineenses no dia 03 de Agosto de 1959 pelas tropas coloniais portuguesas em resposta à reivindicação de melhorias salariais.
Para o presidente do Confederação dos Sindicatos Independentes, o trabalhador guineense "sofre amarguras nos dias de hoje tal como sofreu há 53 anos", pelo que, frisou, o governo devia tomar medidas.
"A situação do trabalhador guineense complica-se a cada dia que passa. Além de um magro salário, há um aumento galopante do preço dos produtos da primeira necessidade e ainda dos materiais escolares para as crianças", afirmou Filomeno Cabral.
"Proporemos ao governo a criação de uma comissão de revisão dos produtos da primeira necessidade, como se faz com os combustíveis. Essa comissão trabalharia de três em três meses para fixação dos preços dos produtos de primeira necessidade", disse Cabral.
"Independentemente do aumento feito pelo anterior governo no mês de Janeiro, o trabalhador guineense continua a receber um salário que não corresponde à realidade", com o actual custo de vida no país, acrescentou o sindicalista.
Filomeno Cabral disse também que o governo devia analisar as reivindicações dos sindicatos quando apelam para assistência médica e medicamentosa aos trabalhadores do Estado, para a concessão do abono da família e para a actualização das pensões de reforma.
"O salário mínimo a nível nacional tem que ser fixado. Existe um salário mínimo na função pública, mas não nos outros sectores", observou Cabral.
A Guiné-Bissau é governada por um executivo de transição, nomeado após o golpe de Estado de 12 de Abril, que é apenas reconhecido internacionalmente pela Comunidade Económica dos Estados da África do Oeste (CEDEAO).
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