Bissau - A União Económica e Monetária Oeste-Africana (UEMOA) vai desbloquear verbas para o financiamento de vários projectos de desenvolvimento na Guiné-Bissau, disse quarta-feira um responsável da organização, citado pela Lusa.
O anúncio dos apoios foi feito pelo guineense Ibraima Dieme, Comissário da UEMOA para o Desenvolvimento rural, recursos naturais e do ambiente, que se encontra em visita a Bissau.
"O meu departamento está relacionado com o mundo rural, pecuária, petróleo, minas, segurança alimentar, mudanças climáticas, pesca, água e saneamento. No quadro do nosso programa de investimento 2012/2014, vários projectos foram financiados pela Comissão da UEMOA para a Guiné-Bissau e outros vão ser financiados", disse Dieme, em conferência de imprensa.
O responsável, que falou aos jornalistas na sequência de uma audiência com o ministro das Finanças do Governo de transição guineense, Abubacar Dahaba, disse que a UEMOA quer informações sobre o andamento dos projectos, mas também estabelecer mecanismos para o desbloqueamento de fundos para outros programas.
"Estou aqui para passar em revista o estado dos projectos. Projectos no domínio da água, construção de furos e depósitos de cereais, projectos no sector da produção da fruta, no sector fitossanitário, pesca artesanal, recuperação de campos de cultivo. Queremos pôr na mesa esses projectos e ver as modalidades para o desbloqueamento de fundos para os mesmos", destacou Ibraima Dieme.
Este antigo secretário de Estado do Plano da Guiné-Bissau avançou os números de verbas já disponibilizadas pela sua organização ou em vias de serem entregues às autoridades guineenses.
De acordo com o Comissário da UEMOA, brevemente a organização irá disponibilizar cerca de mil milhões de francos CFA para o apoio ao programa de reforma do sector militar guineense, entre outros apoios financeiros.
A pecuária também irá receber o apoio da UEMOA, com a organização a comprar cerca de 300 mil doses de vacina para os animais.
Questionado sobre se os apoios financeiros deverão chegar mesmo tendo em conta que a Guiné-Bissau tem quotas em atraso, o Comissário da UEMOA diz que essa situação não irá ser problema.
"São pequenos problemas administrativos mas que vão ser regularizados", notou Dieme, negando quaisquer problemas no relacionamento entre a sua instituição e a Guiné-Bissau.
Para o ministro das Finanças do Governo de transição, o anúncio de apoios feito por Ibraima Dieme "vem reforçar" a confiança do país nas organizações e países que não abandonaram a Guiné-Bissau,
nomeadamente a UEMOA a CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África do Oeste) e a Nigéria.
A Guiné-Bissau tem um Governo e um presidente de transição que gerem o país desde o golpe de Estado militar de 12 de Abril passado, mas, tirando as entidades citadas pelo ministro das Finanças, a comunidade internacional não reconhece as novas autoridades.
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