quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Economia da Guiné-Bissau "está a colapsar" e tráfico de droga aumentou afirmou Hillary Clinton

Lusa: A secretária de Estado dos EUA afirmou hoje que o Senegal prova que a democracia pode "florescer em África", enquanto a vizinha Guiné-Bissau permanece instável politicamente, com a economia "a colapsar" e o tráfico de droga a crescer.


No início de uma viagem de onze dias ao continente africano, Hillary Clinton visitou um centro de saúde e discursou na universidade Cheikh Anta, em Dacar (capital senegalesa), após um encontro, à porta fechada, com o Presidente Macky Sall, que venceu as eleições de março, afastando Abdoulaye Wade, no poder há doze anos e que procurava um terceiro mandato.

"Os americanos admiram o Senegal como um dos poucos países de África Ocidental que nunca teve golpes militares", disse Clinton, num discurso proferido na universidade, citado pela agência AP.

Mas a estabilidade do Senegal não tem florescido da mesma forma nos seus vizinhos mais próximos, Guiné-Bissau e Mali.

Na Guiné-Bissau, onde nenhum Presidente eleito levou o mandato até ao fim, a economia "está a colapsar" e o tráfico de droga a crescer, lamentou Clinton.

Hoje o Governo guineense de transição negou a conclusão de um relatório do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, sobre o aumento do tráfico de droga na Guiné-Bissau desde o golpe de Estado de 12 de abril.

Já o Mali, após uma era de estabilidade democrática, foi abalado por um golpe de Estado em março, vivendo uma situação indefinida desde então, acrescentou.

"As velhas formas de governar já não são aceitáveis. É tempo de os líderes aceitarem ser responsabilizados, tratarem os seus povos com dignidade, respeitarem os seus direitos e proporcionarem oportunidades económicas", defendeu a secretária de Estado, alertando: "Se não o fizerem, está na altura de saírem."

Elogiando a reposição da ordem constitucional em países africanos como Níger e Guiné-Conacri, ambos afetados anteriormente por golpes de Estado, Clinton salientou, porém, que a democracia ainda está ameaçada em demasiados países.

Clinton, que esteve de visita ao Senegal pela primeira vez em 1997, discorreu sobre a estratégia do Presidente Barack Obama para África: promover o desenvolvimento; apoiar o crescimento, o comércio e o investimento; patrocinar a paz e a segurança; e fortalecer as instituições democráticas.

Clinton deixará Dacar na quinta-feira, em direção à mais nova nação do mundo, o Sudão do Sul, que festejou no dia 9 de julho o seu primeiro ano de independência.

A seguir, visitará o Uganda, apesar da presença do vírus Ébola na capital do país, Kampala. Quénia, Somália, Malaui, África do Sul e Gana também constam do périplo de Clinton por África.

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