O Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, António Indjai, acusou ontem (quarta-feira) o primeiro-ministro que depôs a 12 de Abril passado de estar a preparar um "contra-golpe" de Estado.
"Sabemos que ele (Carlos Gomes Júnior) manda dinheiro para alguns oficiais preparem um contra-golpe. Que venham. Que se apressem. Estamos à espera deles", afirmou António Indjai, em declarações no quartel de Banbadinca, cerca de 90 quilómetros a leste de Bissau.
O chefe das Forças Armadas guineenses, que se assume como líder do golpe de Estado que derrubou o Governo de Carlos Gomes Júnior a 12 de Abril e destituiu o Presidente interino do país, Raimundo Pereira, está a efetuar uma digressão aos quartéis do interior para conversar com as tropas, explicando, na sua versão, que os motivos do golpe de Estado centram-se em Carlos Gomes Júnior (conhecido no país por Cadogo) de ter sido o fator principal do levantamento militar.
O general criticou o comportamento de Cabo Verde perante a crise gerada com o golpe de Estado e visou de forma irónica o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Portas e o seu homólogo angolano, George Chicoti.
O chefe das Forças Armadas guineenses abordou também o possível regresso de Carlos Gomes Júnior ao país, avisando os militares para estarem atentos sobre a vingança que o primeiro-ministro deposto "irá trazer"."Se ele voltar, participa nas eleições e ganha. O que será de nós? Imaginem que dantes não tínhamos nada contra ele e agora que lhe demos um golpe, o que ele fará com os militares deste país?", questionou o general, dirigindo-se aos militares de Bambadinca."Não iremos ter mais paz nos quartéis. Mas também não iremos cruzar os braços", disse António Indjai.
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