Bissau, 16 ago (Lusa) - O porta-voz do Governo de transição da Guiné-Bissau, Fernando Vaz, foi hoje ouvido na Procuradoria-Geral guineense no âmbito do desaparecimento do deputado Roberto Ferreira Cacheu, dado como morto.
Após cerca de duas horas de audição, Fernando Vaz, que é também ministro da Presidência do Conselho de ministros, disse aos jornalistas que foi convocado para prestar esclarecimentos sobre as declarações que fez na qualidade de porta-voz do Governo quando, no passado mês de julho, denunciou que o deputado Roberto Cacheu estava morto.
"Ouvi uma declaração pública feita por mim na qualidade do porta-voz do Governo, o Ministério Publico convocou-me para ser ouvido e eu facilitei a questão, deslocando-me ao Ministério Publico. Por lei eles deviam deslocar-se ao meu gabinete para me ouvirem", disse Fernando Vaz.
Em julho o Governo de transição convocou a imprensa e o corpo diplomático acreditado em Bissau para as matas de Dingal, 25 quilómetros a norte da capital, para uma operação em que seria apresentado o corpo de Roberto Cacheu, mas após varias horas de escavações não foi encontrado qualquer corpo.
Deputado e antigo secretário de Estado da Cooperação, Roberto Cacheu deixou de ser visto em dezembro de 2011, na sequência de uma alegada tentativa de golpe de Estado de que foi apontado como um dos líderes.
Na versão do Governo de transição, Cacheu, conhecido adversário político do primeiro-ministro guineense deposto no golpe de Estado de 12 de abril, Carlos Gomes Júnior, estaria morto.
As posições do Governo sobre a alegada morte de Roberto Cacheu têm sido anunciadas por Fernando Vaz, por isso foi hoje chamado pelo Ministério Publico. Questionado sobre o que disse aos magistrados, o porta-voz do Governo afirmou ter falado sobre aquilo que é público.
"O que disse é aquilo que é público, aquilo que conheço. A posição do Governo é querer que este caso seja esclarecido o mais rapidamente possível", destacou Fernando Vaz, mantendo, contudo, a versão de que Roberto Cacheu está morto.
"Estou convencido do desaparecimento físico do deputado Roberto Cacheu", sublinhou Vaz, prometendo colaborar com a justiça sempre que for chamado.
MB.
Lusa
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