Cidade da Praia acolheu reunião do Comité África da IS
Cidade da Praia, 01/08 - A reunião do Comité África da Internacional Socialista (IS), que terminou terça-feira na Cidade da Praia, condenou os golpes de Estado na Guiné-Bissau e Mali e defendeu o combate à crise financeira internacional no continente africano, noticiou a Lusa.
A crise financeira, os conflitos, a construção de Estados de Direito e os défices democráticos em África foram os temas analisados e aprofundados na reunião e em que houve unanimidade, sublinhou o presidente da IS, o chileno Luis Ayala, falando em castelhano, secundado, em português, pelo Primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves.
Ayala indicou que o Comité manteve a "tolerância zero às aventuras golpistas", exigindo o rápido regresso à normalidade constitucional na Guiné-Bissau, com a recolocação de Carlos Gomes Júnior como Primeiro-ministro e de Raimundo Pereira como Presidente interino.
As conclusões foram apresentadas no final dos trabalhos e serão remetidas agora ao XXIV Congresso da IS, que se realizará pela primeira vez em África, na Cidade do Cabo (África do Sul), a 31 de Agosto e 01 de Setembro.
O encontro juntou na capital cabo-verdiana cerca de meia centena de delegados de África, entre os quais o Primeiro-ministro deposto da Guiné-Bissau e outros convidados.
Além de Ayala, a conferência de imprensa final contou também com a presença do líder do PS senegalês e presidente do Comité África da IS, Ousmane Tanor Dieng, e de José Maria Neves, também presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV).
Tanor Dieng, que segunda-feira na abertura dos trabalhos, tinha omitido na sua intervenção qualquer referência à crise político-militar guineense, mostrou-se a favor da posição assumida pela "família socialista africana", defendendo também o regresso à situação prevalecente antes do golpe de Estado de 12 de Abril último.
Sobre a democracia em África, José Maria Neves indicou que o Comité manteve também a "inflexibilidade" em qualquer alteração aos valores e princípios dos regimes democráticos no continente, admitindo que há ainda caminho a percorrer.
O Comité África da IS manifestou também o apoio aos esforços das Nações Unidas no Sahara Ocidental - Marrocos e a República Árabe Saharaoui Democrática estiveram presentes com delegações -, apelou a mais democracia na Guiné Equatorial, Camarões e Tchad e lamentou a situação de fome na Somália.
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