O ex-secretário geral das Organização das Nações Unidas acredita que o narcotráfico virou do avesso a política de países da África Ocidental como a Guiné-Bissau e agora ameaça a sociedade devido ao aumento do consumo e da quantidade de drogas disponíveis. Koffi Annan afirma ser necessário que os países persigam os grandes traficantes e adoptem programas anti-drogas.
Annan, que é responsável pelo lançamento da Comissão da da África Ocidental para os Narcóticos, sublinha a vulnerabilidade da região perante o narcotráfico, que ameaça os ganhos económicos e sociais. A escala do tráfico de cocaína na região, afirma, torna irrisórios os orçamentos ao dispor destes países.
“Já sabemos que o narcotráfico desempenhou um papel directo ou indirecto em tumultos políticos em países como a Guiné-Bissau e o Mali”, diz Annan, num artigo publicado pelo Project Syndicate. Agora o consumo está a tornar-se num problema preocupante, com a cocaína, a heroína e as metanfetaminas a circular na região, sobretudo entre os jovens.
O relatório da Comissão, dirigida pelo ex-SG da ONU, sugere que a toxicodependência seja encarada como um problema de saúde pública, o que exige lidar com a quase total ausência de programas de tratamento. A receita, defende Annan, passa por “reformular a legislação sobre drogas, disponibilizar tratamento apropriado aos consumidores crónicos e perseguir vigorosamente os traficantes de drogas mais importantes”.
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