Um relatório do Instituto de Estudos de Desenvolvimento (IDS, na sigla em inglês)sobre fome e subnutrição coloca a Guiné-Bissau e Angola entre os países com os piores indicadores, referenciando ainda Moçambique e o Brasil.
Num índice sobre fome e nutrição, um total de 45 países foram analisados no contexto de 22 indicadores que procuram medir a atuação dos governos nas áreas de combate à fome e à subnutrição, tendo a Guiné-Bissau apresentado os piores resultados, ficando na 45.ª posição, e Angola na 42.ª.
O estudo do IDS, divulgado no último mês, teve como parceiros o Departamento de Desenvolvimento Internacional do Reino Unido (UKAID) e da Irish Aid, do Governo Irlandês.
Entre os indicadores negativos da Guiné-Bissau, os autores do índice apontam no contexto do combate à fome a inexistência de redes de proteção social na legislação do país, assim como os direitos económicos para as mulheres.
Já na área de subnutrição, é mencionada a baixa taxa de acesso da população a saneamento, cerca de 19%, ou a indefinição de metas de nutrição pelo Governo nas suas políticas, entre outros indicadores.
Sobre Angola, que partilha com a Guiné-Bissau indicadores negativos como a inexistência de legislação que salvaguarde os direitos económicos das mulheres, o estudo referencia a baixa cobertura de crianças que recebem doses de vitamina A, apenas 55%, assim como o acesso da população a água para consumo, na ordem de 53 por cento.
Moçambique, que ocupa a 25.ª posição do índice, é descrito como um país com problemas no acesso da população a água e a redes sanitárias, apresentando, neste último indicador, uma situação mais problemática do que Angola, uma vez que apenas 19% da população parece ter acesso a instalações sanitárias, contra 58,7% da população angolana.
A inexistência de legislação que proteja os direitos económicos das mulheres é também mencionada no relatório, assim como o direito constitucional à proteção social, que de resto é um indicador negativo transversal aos três países africanos de expressão portuguesa.
Na 4.ª posição, o Brasil é o país que melhores resultados apresenta no contexto dos países de língua portuguesa mencionados no índice, apesar de problemas relacionados com a proteção económica das mulheres ou com taxa de vacinação de crianças com vitamina A, que é a pior detetada no espaço lusófono, cerca de 29 por cento.
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