sábado, 5 de julho de 2014

CONSTITUIDO O NOVO GOVERNO DA GUINÉ - Que não se limita ao PAIGC

Entrada em funções do executivo liderado por Simões Pereira completa formalmente regresso à democracia, após o golpe de 2012. Pasta da Defesa foi entregue a uma médica militar.

O novo Governo da Guiné-Bissau liderado pelo PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), que tem maioria absoluta, inclui representantes da segunda força política do país, o PRS (Partido da Renovação Social), de pequenas forças partidárias e independentes. A sua entrada em funções completa formalmente o processo de regresso à democracia, após o golpe de Estado de Abril de 2012.

Entre os 16 ministros e 15 secretários de Estado do Governo liderado por Domingos Simões Pereira – cuja composição foi na tarde desta sexta-feira anunciada por decreto presidencial – está o secretário-geral do PRS, Florentino Pereira, como ministro da Energia e Indústria.

A segunda figura do executivo é Baciro Djá, ministro da Defesa do primeiro-ministro Gomes Júnior, derrubado há dois anos pelos militares, que ocupará a pasta da Presidência e Assuntos Parlamentares.O ministro da Economia e Finanças é Geraldo Martins, ministro da Educação entre 2001 e 2003 e quadro do Banco Mundial. Os Negócios Estrangeiros foram confiados a Mário Lopes da Rosa, membro do PAIGC e ministro das Pescas do governo de transição, que agora cessa funções.

A delicada pasta da Defesa foi entregue a uma mulher, Cadi Mané, médica militar. Carmelita Pires, do pequeno Partido Unido Social-Democrático, que se distinguiu no combate ao narcotráfico, regressa ao cargo de ministro da Justiça, que ocupou entre 2007 e 2009.

Na campanha eleitoral, o primeiro-ministro Simões Pereira, 50 anos, antigo secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, tinha confidenciado a intenção de incluir no Executivo políticos não pertencentes ao PAIGC, que nas eleições do passado mês de Abril elegeu 57 dos 102 deputados da Assembleia Nacional Popular.

“Com a minha tomada de posse começa a tocar no sentido regressivo o relógio do período que pedimos para, em quatro anos mudarmos a sorte e o destino desta nação. Que Deus nos ajude e abençoe a Guiné-Bissau”, disse, citado pela agência guineense ANG, na quinta-feira, quando foi empossado.

O Presidente da República, José Mário Vaz, pediu-lhe “acção urgente” para retirar da “insustentável letargia” em que se encontra um país que, nos últimos anos, foi notícia quase só por más razões – pela violência político-militar, por assassinatos e golpes de Estado e por se ter tornado plataforma do tráfico internacional de droga. Para o regresso à democracia contribuíram a pressão internacional, o isolamento das autoridades pós-golpe e as dificuldades financeiras.

Um das incertezas do processo político guineense continua a ser o relacionamento entre o poder político e os militares que há dois anos derrubaram o Governo constitucional do então primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, Cadogo, à época líder do PAIGC, num golpe liderado por António Indjai, que permanece na chefia das Forças Armadas. Na campanha eleitoral Simões Pereira procurar tranquilizar a cúpula militar anunciado que não haveria “caça às bruxas”. 

Gomes Júnior, que tinha vencido a primeira volta das presidenciais, está exilado e viu a sua candidatura presidencial inviabilizada pelo partido a que pertence, para não hostilizar a hierarquia militar. Do seu governo fazia parte, como ministro das Finanças, o novo Presidente da República, José Mário Vaz, que tomou posse na semana passada.


O Presidente da república José Mário Vaz (JOMAV) publicou esta sexta-feira 4 de Julho o Decreto presidencial que nomeia o novo governo constitucional da Guiné-Bissau, composto por 16 Ministérios e 15 secretarias de Estado.

Vejam quem são todos os membros do novo governo.

O terceiro Vice-presidente do Partido Africano da Independência da Guine e Cabo Verde Baciro Dja vai ocupar a segunda posição do Governo liderado por Domingos Simões Pereira

Ministro da Presidência de Conselho de Ministros, Boctche Cande

Ministro da Administração Interna, Mário Lopes da Rosa

Ministro dos Negócios Estrangeiros, Daniel Gomes

Ministro dos Recursos Naturais,

Geraldo Martins Ministro da Economia e Finanças.

Ministério da Defesa Nacional  Cadi Mane

Ministro das Obras Publica José António Cruz Almeida

Ministra da Saúde Valentina Mandes

Ministra da Educação Odete Semedo

Ministro da Agricultura João Aníbal Pereira

Ministra Mulher Blone Nhama Namtamba Nhasse

Ministro da Energia Florentino Mendes Pereira

Ministra da Justiça Carmelita Pires

Ministro da Comunicação Social Ângelo Regala,

Ministro da Função publica Admir Nelson Belo

Ministro da Comercio António Serifo Embalo.


Em relação as secretarias de estado, o Governo de Simões Pereira têm como Secretário de Estado da Juventude e desportos Tomas Barbosa, Barros Bacar Bandjai Secretário de Estado de Ambiente, Vicente Fernandes Secretário de Estado do Turismo, João Bernardo Vieira Secretário de Estado de Transportes e Comunicações, Ildefonso Barros Secretário de Estado das Pescas, Idelfrides Fernandes Secretário de Estado da Cooperação, José Djo Secretário de Estado de Tesouro, Tomasia Mandjuba Secretário de Estado de Orçamento e Assuntos Fiscais, Degol Mendes Secretário de Estado de Plano e Integração Regional, Domenico Sanca Secretário de Estado da Ordem Pública, Abu Camara Secretário de Estado de Ordenamento e Administração de Território, Fernando Augusto Dias Secretario de Estado do Ensino Superior e Investigação, Domingos Malu Secretário de Estado da Gestão Hospitalar e Filipe Quisangue Secretário de Estado de Segurança Alimentar.

Neste governo integram, os partido da oposição ou seja o Partido da Renovação Social com 5 pastas, União para a Mudança, Partido da Convergência democrática e o Partido Unido Social Democrata.

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