A GUINÉ-BISSAU tem desde ontem um novo presidente, José Mário Vaz (Jomav), do PAIGC, o que marca o regresso do país à ordem constitucional, após o golpe de Abril de 2012. Na hora de investidura, Jomav elegeu o combate à pobreza como umas das prioridades enquanto chefe de Estado.
No seu discurso de posse no Estádio Nacional 24 de Setembro em Bissau, prometeu "meter as mãos na lama" - expressão que significa trabalhar arduamente - para produzir riqueza no país.
"Temos que meter as mãos na lama e pôr a economia guineense a funcionar e a produzir riqueza para atacar e resolver os problemas que afectam a nossa sociedade", disse José Mário Vaz, anunciando uma "parceria estratégica" entre Presidente e Governo, afirmou que a Guiné-Bissau não pode continuar a ser um país onde "uma minoria" trabalha e produz riqueza para a "maioria sem trabalho".
O novo chefe de Estado, investido no cargo perante milhares de guineenses que encheram o Estádio Nacional 24 de Setembro, defendeu ter chegado a hora de o país definir uma estratégia que deve ser seguida para o futuro.
"DJITU TEM KU TEM"
Para Jomav, a Guiné-Bissau está hoje aparentemente "num beco sem saída" devido às mudanças constantes de rumo e ausência de políticas em sectores como educação, economia ou justiça.
O novo líder guineense, eleito em Maio, recorreu à expressão popular em crioulo "djitu tem ku tem" (tem que haver jeito) para galvanizar os seus concidadãos para o que diz ser "uma nova era".
"Como Nação só chegaremos com sucesso a algum lado se soubermos para onde queremos ir. Nós passámos estes anos a anunciar, a anular e a anunciar de novo, medidas, leis, opções políticas, programas e projectos mal avaliados", observou José Mário Vaz.
A valorização dos recursos humanos terá que ser o factor primordial na elaboração da "verdadeira estratégia nacional" que possa ajudar a "corrigir o rumo" da economia e o desempenho político.
Na tal estratégia nacional deve ser dada ênfase às reformas, promoção da unidade nacional e criação de consensos com todos os segmentos da sociedade, incluindo os militares, sublinhou José Mário Vaz.
A Guiné-Bissau é um dos países mais pobres do mundo e a situação agravou-se nos últimos dois anos liderados por autoridades de transição - nomeadas depois do golpe de Abril de 2012.
Hoje os serviços públicos (incluindo forças de segurança) acumulam seis meses de salários em atraso, o aparelho de Estado não funciona e a economia caiu a pique - queda agravada pela corrupção e saque de recursos naturais, denunciam organizações nacionais e estrangeiras, tópicos que o novo Presidente também aponta como prioritários.
Discurso da tomada de posse do presidente da república José Mário Vaz na integra.
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