terça-feira, 17 de junho de 2014

“Apoiar a Guiné-Bissau,oásis de tranquilidade” Diz José Ramos-Horta

frenchemb

O Representante do Secretário-geral da ONU, José Ramos-Horta, declarou sábado, a poucos dias de terminar o seu mandato, que a Guiné-Bissau terá sempre o apoio de todos e disse perante vários representantes diplomáticos em Bissau, que o País é um “exemplo de sucesso para a Comunidade Internacional”.

Lembrou, que “o mundo, sobretudo as grandes potências que tanto investem na resolução de conflitos, necessitam também de boas notícias, e por isso mesmo, a Guiné-Bissau pode ser um excelente marketing político, num momento em que há pouco a celebrar”.


Comparando com o que se passa noutras regiões do planeta, a eclosão de tantos conflitos, Ramos-Horta lembrou que durante o período de transição de dois anos que agora termina, mesmo com pouco investimento externo, a Guiné-Bissau conseguiu manter uma situação estável e retornar à Ordem Constitucional. Pela sua parte, José Ramos-Horta encetará contactos na próxima semana em Nova Iorque, nas Nações Unidas, onde reforçará a atenção que a Guiné-Bissau merece no concerto das nações.

O Nobel da Paz de 1996, discursava na Cerimónia de Despedida na Embaixada de França, em Bissau.
Dirigindo-se aos convidados, Ramos-Horta, antes de elencar alguns dos desafios que se colocam ao País, com o regresso à Ordem Constitucional, elogiou a forma como o representante diplomático francês, Pierre Volilery, o acolheu nos primeiros dias da sua chegada a Bissau, em fevereiro de 2013, para assumir a liderança da UNIOGBIS. Disse Ramos-Horta que a França, demonstrou sempre estar “atenta à questão da Guiné-Bissau e da situação do continente africano em geral. A França, a CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da Africa Ocidental) e outros parceiros internacionais, estiveram focados também na situação de segurança, económica e social na Africa Ocidental e Central”.

Ramos-Horta reiterou aos presentes que “temos que continuar, nós, a comunidade internacional, a ser solidários e ajudar, porque é da condição humana solidaria que nos obriga a agir”.
Destacando o papel dos diversos parceiros internacionais, o Representante do Secretário-geral da ONU dirigiu também elogios à União Africana, à União Europeia, à CEDEAO. Os líderes da Comunidade da Africa Ocidental são também reconhecidos, no tocante à segurança de pessoas, bens e instituições, por parte da ECOMIB, “ assumindo os custos da manutenção de um efectivo, profissional e útil de uma força que funcionou de forma admirável”.

Ramos-Horta felicitou também outros parceiros com quem manteve boas relações durante o seu mandato na Guiné-Bissau: o embaixador da Grã-Bretanha, em Dakar, Senegal, “pela simpatia, apoio e compreensão demonstrados”.

Palavras de apreço também dirigidas a países como a Nigéria, Portugal, China, Rússia, Cuba, Espanha, entre outros.

No caso do seu País, Ramos-Horta não esqueceu Timor-Leste (que destacou para a Guiné-Bissau, pessoal especializado em recenseamentos eleitorais, no âmbito da Missão de Apoio ao Processo Eleitoral, bem como a abertura de uma Agência de Cooperação): “é um gesto que reflecte a nossa dívida de gratidão para com a comunidade internacional que, liderada pela ONU, esteve sempre do nosso lado”.

O Sistema das Nações Unidas, que através das diversas agências especializadas (PNUD,UNICEF,PAM,etc) presentes na Guiné-Bissau, “nunca falharam no seu apoio nos esforços de consolidação da paz”.

Sobre a liderança política guineense, Ramos Horta destacou o papel dos dirigentes da Transição, Primeiro-ministro Rui Duarte Barros e Presidente Manuel Serifo Nhamajo, na condução bem-sucedida do processo eleitoral:” não foi uma missão fácil, uma missão ingrata, com criticas internas e externas e sob sanções económicas e financeiras, mas que souberam conduzi-la com sentido de Estado”, sublinhou.

O Nobel da Paz enaltece igualmente o carácter conciliador e dialogante do novo Primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira e de fazer votos para que tenha “os maiores sucessos” o Presidente da República eleito, José Mário Vaz.

Nesta recepção na Embaixada francesa em Bissau, José Ramos-Horta, apresentou o novo Vice Representante do Secretário-geral da ONU, Marco Carmigniani, diplomata com mais de duas décadas de experiencia em missões das Nações Unidas.

Para além de diversos representantes diplomáticos, saliente-se a presença nesta cerimónia de homenagem a José Ramos-Horta, do Primeiro-ministro eleito, Domingos Simões Pereira, e do Primeiro-ministro de Transição Rui Duarte Barros.

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