sexta-feira, 20 de junho de 2014

Câmara de Paredes quer criar fábrica de móveis na Guiné-Bissau

A criação da fábrica está entre projetos que Portugal vai desenvolver com a Guiné-Bissau

Um grupo de cerca de 20 empresas do norte de Portugal, em conjunto com a Câmara de Paredes, estão à frente de um projeto para criar uma fábrica de mobiliário em solo guineense.

A criação da fábrica está entre projetos que Portugal vai desenvolver com a Guiné-Bissau, anunciou hoje o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiro e Cooperação português.

A ideia passa por fazer um aproveitamento sustentável da madeira, um dos principais recursos naturais da Guiné-Bissau e que tem estado a ser explorado sem controlo nos últimos anos, segundo denunciam as autoridades locais e organizações internacionais.

Para o governante português trata-se de uma riqueza que “deve passar de geração em geração” e o investimento deve “adicionar conhecimento e tecnologia” ao país.

“Estamos à espera que o Governo tome posse para podermos começar as conversas, identificar o local e o modelo de investimento. É uma das prioridades”, referiu.

De acordo com Luís Campos Ferreira, o projeto já existe em Timor-Leste e já foi replicado em Moçambique, em ambos os casos “com sucesso”, pelo que o membro do Governo diz fazer questão de “em conjunto com o presidente da Câmara de Paredes o colocar também na Guiné-Bissau”.

Ao longo dos dois dias de trabalho com vários contactos em Bissau, Luís Campos Ferreira anunciou ainda que já foi conversada a possibilidade de “Portugal recuperar as suas licenças de pesca” ao largo da costa guineense.

“E há mais áreas”, referiu, apontando a agro-indústria como uma das preferenciais em futuros investimentos.

O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação português considerou “muito importante que Portugal esteja presente nestes momentos difíceis da Guiné-Bissau, por uma questão histórica, de responsabilidade e de amizade”, numa alusão à grave crise económica e social decorrente do golpe de Estado de 2012.

No entanto, realçou ser igualmente importante que Portugal, “a seu tempo, tire partido dos benefícios que esta cooperação e este investimento estão a trazer para a Guiné-Bissau”, ou seja, que Portugal também seja beneficiado.

A Guiné-Bissau iniciou na terça-feira o empossamento de novos órgãos de soberania com a entrada em funções do parlamento, seguindo-se na segunda-feira o juramento do Presidente eleito, José Mário Vaz, e nos dias seguintes as posses do primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, e do Governo.

A posse dos novos órgãos permite que o país regresse à ordem constitucional depois de ter sido dirigido por autoridades de transição, nomeadas após o golpe de Estado militar de abril de 2012 e que não eram reconhecidas pela generalidade da comunidade internacional.

Lusa

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