quinta-feira, 12 de junho de 2014

Governo de transição da Guiné-Bissau deixa seis meses de salários por pagar

 A União Nacional dos Trabalhadores da Guiné-Bissau (UNTG), um das centrais sindicais do país, deu hoje "cartão vermelho" ao desempenho do Governo de transição por deixar seis meses de salários por pagar aos funcionários públicos.

"Fiquem sabendo que prestaram um mau serviço ao país e aos trabalhadores da Guiné-Bissau", disse Estevão Có, secretário-geral da UNTG, quando procedia a um balanço de dois anos de Governo de transição - na sequência do golpe de Estado de abril de 2012.

O regresso à normalidade constitucional vai acontecer nas próximas semanas com a posse do Presidente José Mário Vaz e do novo Governo (liderado por Domingos Simões Pereira), após as eleições de março e abril.

Hoje, em conferência de imprensa, Estevão Có assinalou que a equipa liderada pelo primeiro-ministro de transição Rui de Barros "não conseguiu cumprir" com aquilo que era a sua primeira tarefa, o pagamento de salários aos funcionários públicos.

Pagar salário não constitui "um favor", mas "um dever sagrado" o qual, frisou, o executivo não conseguiu cumprir.

Para o secretário-geral da UNTG, a insatisfação dos trabalhadores ficou patente através de "sucessivas ondas de greves" nos setores da saúde, educação e energia, com o Governo a "fingir preocupar-se" em dar respostas às reivindicações.

Estevão Có afirmou que o executivo transitório teve "um comportamento irresponsável e infantil" perante a greve geral decretada por duas centrais sindicais no mês de dezembro, ao responder aos grevistas "que não possuía uma máquina para fabricar dinheiro".

Em causa, assinalou Có, estavam "as justas reivindicações" dos trabalhadores guineenses confrontados com "uma subida galopante do custo de vida".

"Este Governo deu provas mais que evidentes da sua incapacidade de gerir o país", sublinhou o secretário-geral da UNTG, ao adotar uma atitude de "total menosprezo" para com os trabalhadores, mas dando privilégios aos governantes.

Estevão Có prometeu continuar a luta pelos seis meses de salários em atraso "até ao último dia" do Governo de Rui de Barros.

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